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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

La Chanson Française - José do Vale Pinheiro Feitosa

A história da música francesa está mais para o espírito latino do que para seus vizinhos a leste e norte. Nas raízes tem o trovador da occitânia, ao estilo provençal, com canções de cavalaria, amor cortês, além dos ritmos de acompanhamento dos trovadores. Vai desde a antiguidade das igrejas da escola de Notre Dame até o renascimento com a Borgonha inventando as “chansons” que inundaram a modernidade até o século XX. Hoje existe a música moderna francesa, influenciada pelos novos migrantes da Ásia e África com seus hip hops, techno, funk e pops.

A música francesa de salão e dos teatros, inclusive a ópera está entre as mais bem estruturadas da Europa (a sua ópera é precoce e as peças para orquestras são destaque como as compostas por Berlioz, Bizet, Massenet, Fauré, Ravel e Debussy). A música folclórica é das mais ricas da Europa, especialmente para a geografia do país, isolando territorialmente uma região da outra: Basca, Córsega, Bretanha e até as que vieram do Caribe francês como da Martinica.

E claro por isso mesmo nasceu uma canção popular francesa na era do rádio e da indústria fonográfica. Já no século 19 os grandes intérpretes populares franceses vão até o fim da guerra, quando se cria o marco das Chansons Français: Mayol Felix, Luciene Boyer, Marie-Louise Damien, Marie Dubas, Fréhel, Guibourg Georges, Tino Rossi, Jean Sablon, Ray Ventura, Raymond Legrand, Charles Trenet, Maurice Chevalier, Yves Montand, Edith Piaf e muitos mais.




Charles Trenet - Qui reste t ´il de nos amour - é uma das músicas mais charmosas do século e de autoria do próprio Trenet. Aqui na cena de um filme.




Charles Trenet - La Mer - sem dúvida é um ícone da Chanson Française, de autoria do próprio Trenet. Aliás dada as dimensões desta canção podemos comparar Charles Trenet com Domenico Modugno e seu Volare foi para a melodia italiana.




Jean Sablon - Sur le pont D´Avignon - A canção não tem autor conhecido e se refere à ponte sobre o Rio Ródano, que separava a França do Sacro Império Romano. Em Avignon foi instalado um papado na era do renascimento e a ponte remonta ao século XX em homenagem a um pastor chamado Benezet que havia marcado o lugar da sua localização.




Edith Piaf - Non, Je ne regrette rien - Melodia de Charles Dumont e letra de Michel Vaucaire, feita em 1956 e Piaf a dedicou à Legião Estrangeira que estava na guerra da Argélia.





Tino Rossi - Bel Ami - Faz parte como Yves Montand daquela linha em que não existe uma separação entre a Itália e a França. Tino é natural de Ajaccio, na França e tem origem corsa como o general Napoleão Bonaparte.




Ray Ventura - Tout va tres vien madame la marquise - é uma canção bem alegre e brinca com estilo de vida da sociedade francesa ainda deitada na era pré revolucionária.




Maurice Chevalier - Fleur de Paris - Não foi de cara que achei Chevalier cantando em francês dada a importância que hollywood e mundo da língua inglesa teve na carreira dele. Esta Fleur de Paris é uma bela canção.

VOLTE AQUI AMANHÃ PARA MAIS ALGUMAS CANÇÕES E INTÉRPRETES DA MÚSICA FRANCESA.

Uma canção maior da Chanson Française é de Edith Piaf e ofereço uma canja dela com Louis Armonstrong.







Esticando um pouco a corda encontrei esta canção cantada pela Dalida, em italiano e a ofereço a Joaquim Pinheiro que amava alguém pela canção ou amava a intérprete, que não recordo o nome, pela suavidade da voz.


3 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

uma correção de escrita: a ponte de Avignon é do século XV e não XX como saiu no texto.

socorro moreira disse...

Espetacular apanhado das mais belas músicas francesas de todos os tempos com seus mais expressivos intérpretes.
Um presente para todos nós.

Claude Bloc disse...

Zé do Vale,

Este foi um passeio pra lá de prazeroso.

Essas músicas povoaram minha vida e minha casa na minha infância. Sua pesquisa foi pra lá de coerente e abrangente mexendo um pouco daqui e dali com os cantores e canções que marcaram a vida dos franceses da geração do meu pai, no pré e pós-guerra.

A música "Sur le pont d'Avignon" era uma cantiga de roda, que imagino ser bem anterior ao século XX, pois minha avó já a cantava para nós como coisa de tradição. - "Sur le pont d'Avignon, on y dance, on y dance. Sur le pont d'Avignon, on y dance tout en rond". No vídeo Jean Sablon a canta com outro ritmo, mas deu pra (re)lembrá-la na voz de minha avó Huguette.

Tino Rossi e Maurice Chevalier têm uma pronúncia mais carregada em que o "R" francês aparece transformado em "R" vibrante como o brasileiro, mas isto mostra ou demonstra sua origem.

E "Tout va très bien, Madame la Marquise" me fez relembrar a letra inteira que eu havia esquecido. Só me lembrava da parte da "jument grise"... Gostei deveras de (re)escutá-la. É uma sátira gostosa de ouvir.

Piaf, que me perdoem os franceses e apreciadores, gosto e admiro a sua sensibilidade, as letras e composições dela, mas nunca consegui me afinar com a voz...

Prefiro as músicas dela na voz de Mireille Mathieu...

De qualquer forma, sintonizei com a variedade e com sua pessoalidade em expor o conteúdo desse passeio musical. Obrigada, Zé

Abraço,

Claude