a tarde não cumpre a promessa
de sol contra a solidão
de quem espera
nuvens desenham um céu
que mal cabe no coração
de quem escreve por temor
de que o dia resulte em palavras estropiadas
poesia no escuro
olhos castanhos de um nada casto
no horizonte não vislumbram
senão a certeza de uma cidade
toda feita de memórias
com a palavra saudade
escreveria seu nome
mas saudade é uma coisa que consome
e deixa marcas dessas que se fazem com fogo
para nunca mais
vinho
cigarros
livros
poemas
aí se faz uma morada
acima do tom sombrio
dessa tarde toda de ocre
criando raízes num coração oco
com todos os seus enganos
dúvidas mas também vozes
desfilando canções
porque nem tudo é triste
na tristeza que existe
Um comentário:
Chagas,
Parabéns!!!
Muito bom ler seus poemas.
Abraços
Aloísio
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