CRATO
Lembro-me quando adolescente, rio secando e poluição de menos, ia em bando com uma turma de amigas do Pimenta, andar pelo leito largo do Rio Granjeiro que chamávamos "Rio das Piabas" . Levávamos violão, merenda e um espírito aventureiro andando rio acima, por entre grandes blocos de pedra, até chegarmos ao matadouro.
Hoje de madrugada, a chuva ameaçou umas 3 ou 4 vezes. De repente, a força da água começou a encher as calhas e do teto, filetes de água deram início a cachoeiras ou bicas, dependendo do cômodo da casa. Foi um transtorno. Não adiantava apelar para o rodo, a coisa ia se alastrando e o que se podia fazer, era salvar o que estivesse no chão.
Certa hora, quando a chuva parecia começar a amainar, uma água fétida e cheia de gravetos invadiu a rua e as casas. Logo se imaginou que o canal tivesse estourado. Ele que fora feito com intenção de conter e direcionar as águas do rio.
Quando amanhceu, saí com a intenção de ver os estragos. O choque foi enorme. Sobretudo .na altura da Igreja Nossa Senhora de Fátima, no Pimenta.
Ruas e mais ruas que davam acesso à avenida que beira o canal, davam agora para o vazio e para uma indomável correnteza.
Descendo para o centro a tragédia não era menor. Havia carros à beira do canal, postes deitados pela força das águas, uma camada de lama de mais de meio metro, e estabelecimentos cheios de barro, com as portas pelo chão propiciando saques e desespero dos proprietários...
Eis a resposta da natureza à ação impensada do homem e contra a qual nos quedamos impotentes, juntando hoje nossos caquinhos, quando ainda restam alguns.
Claude Bloc
Canal - Madrugada de 28/01/2011
A força das águas
Uma reação à ação do homem
Força impossível de conter
Depois da chuva
Na Prefeitura
Na Caixa Econômica
Interior de um carro à beira do Canal
Esquina da Rua Santos Dumont
Um comentário:
As chuvas de janeiro vêm causando prejuízos em algumas regiões do interior cearense, paraibano e rio-grandense. Mas essa chuva que se precipitou sobre a cidade do Crato, acredita-se que tenha ultrapassado aos 200 milímetros pelo rastro de prejuízos que provocou (registrados nas imagens).
Em Santa Cruz-RN domingo passado (23) choveu mais de 200 milímetros durante a madrugada. Alguns sites divulgaram que a chuva naquele município foi de 274 milímetros. Um dilúvio como costuma dizer o sertanejo.
Num município próximo a Sousa-PB, semana passada numa noite choveu 174 milímetros destruindo açudes antigos.
O clima está muito estranho. Às vezes a noite faz frio, mas pela madrugada faz calor. Enquanto isso a natureza (que eu observo) ainda não sinalizou que o inverno teve início.
Luiz Carlos (Sousa-PB)
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