Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

COLÉGIO PIO X - Por Edilma Rocha


Esta menininha de olhar sereno, narizinho pequeno e boquinha apertada não possuía cabelos cacheados, eram produzidos por um "Baby lise" artesanal as custas de brasas de carvão. A sua mãe ficava horas separando as mechas com cuidado para torná-las em lindos cachos e a menininha dura, petrificada de medo até o final do penteado. Tudo isso para depois vestir o uniforme do Colégio Pio X e sair para mais um dia na escola. Usavam saias azuis pregueadas, blusa branca de manguinhas e um enorme laço azul na altura do pescoço. Nos pés sapatinhos pretos e meias brancas. Debaixo do braço um caderno só, que ocupava todas as anotações e deveres de casa, lápis preto e borracha de bolinha.
A casa onde funcionava o educandário era grande demais para os seus pequeninos olhos e lá as primeiras letras eram aprendidas com alegria. Cadeiras e mesinhas destribuidas por salas da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries do primário, tudo tão simples e interiorano. No intervalo para o lanche que se chamava "Hora do recreio", era aguardado com ansiedade para se juntar às amiguinhas e brincar no enorme quintal em baixo das frondosas mangueiras. Cada aluna poderia levar o lanche de casa ou esperar por entre as frestas da pequena mureta que dava para a Praça da Sé a comidinha que vinha de casa. Vilanir, que chegava pontualmente às 9 horas trazendo uma canjica, uma fatia de bolo Luís Filipe acompanhado com suco de fruta, mas ela gostava mesmo era das migalhinhas de pão com leite e mel.
Durante o mês de Setembro as crianças trocavam o recreio no quintal para assistir as montagens do "Parque Maia". A enorme roda gigante  cheia de  luzinhas piscando, o carrossel dos cavalinhos, as cadeirinhas dependuradas pelas  compridas correntes que voavam aos céus. Era um mundo de fantasia montado sob os olhinhos curiosos da criançada. Havia muito respeito entre as professoras e as alunas. Se por acaso fossem chamadas na diretoria, era coisa terrível. Mas as festinhas com dança e representações, era coisa certa todo o final do ano. E assim corria a vidinha das pequenas princesinhas do Colégio Pio X.
Tudo tão diferente das escolas de hoje, com seus transportes escolares, prédios especiais, salas com ar condicionado, lanche da MC Donald com refrigerantes, mochilas nas costas para tantos cadernos e livros acompanhados de canetas e mais canetas coloridas, tudo com a estampa da moda. O comércio na exploração da volta as aulas dividido em parcelas no cartão de crédito. O uniforme, a célebre calça Jeans, ténis e apenas a blusa com o nome do Educandário estampado no peito.
Mas a doçura das pequenas princesinhas continua sendo a mesma no coração de papais e mamães corujas nos tempos atuais.

Edilma Rocha 

2 comentários:

Claude Bloc disse...

Eu havia postado um comentário ontem, mas deu um catiripapo aqui e não saiu nada...

Eu quis falar sobre os costumes e atitudes nas escolas desse tempo que eram sempre os mesmos e mesmo assim a gente aprendia até mais do que o que acontecfe nos dias de hoje.

Eu acho, né? (risos)

Abraço,

Claude

samuk disse...

Tive o prazer de estudar no PIO X no seu último ano. Andei no belo ônibus mercedes que lá existia e tive a honra de conviver com pessoas especiais como irmã Paulina e Chiquinha.Um abraço do amigo SAMUK.