Dedicado a José Carlos Brandão
A naturalidade de Bárbara de Alencar foi erro histórico por mais de um século, quando se acreditava que ela nascera no Crato. Em 1951 o Padre Antonio Gomes de Araújo publicou um livro sobre a heroína com toda a documentação esclarecedora.
Bárbara Pereira de Alencar, nasceu na Fazenda "Caiçara", Cabrobó, Pernambuco, aos 11 de Fevereiro de 1760. Filha de, Joaquim Pereira Alencar e Teodora Rodrigues da Conceição. Bárbara era bisneta do casal português, Martinho do Rego e Dorotéia de Alencar e do casal baiano de Salvador, Antonio de Sousa Gularte e Maria da Encarnação de Jesus. Seus avós paternos foram o Tenente Coronel Leonel de Alencar Rego, filho do citado casal português e Maria da Assunção de Jesus, filha do casal baiano. Os pais de Teodora Rodrigues da Conceição, mãe de Bárbara, são desconhecidos. O bisavô baiano, Antonio de Sousa Gularte foi quem batizou de Salamanca ao sítio nas proximidades de Barbalha. Daí o nome daquele rio. Leonel, avô de Bárbara de Alencar, fundou a fazenda "Caiçara". Ali nasceram todos os seus filhos, inclusive, Joaquim Pereira de Alencar, pai de Bárbara que continuou com a fazenda por herança. Lá nasceu Bárbara e viveu até 1782 ano de seu casamento com José Gonçalves dos Santos e o seu primeiro filho, José Gonçalves Pereira de Alencar nasceu em 1783. O pai de Bárbara só deixou a fazenda Caiçara, muito velho, viúvo e doente para a casa da filha no sítio Pau Seco, Município do Crato. Foi a primeira mulher Republicana no Brasil, de muita coragem cívica incorporando-se a historia do Crato e do Ceará. Rompendo a tradição Legalista, torna-se defensora do ideal Republicano, quando a Capital da Província era Realista. Tinha muitos inimigos e era caluniada frequentemente e a sua personalidade era desfigurada no conceito geral. Foi mãe de figuras políticas notáveis e acompanhou os filhos em todos os movimentos históricos de emancipação e por isso foi presa com eles nos cárceres do Crato, Fortaleza e Salvador. Exerceu um papel importante na Revolução de 1817 que se iniciou em Pernambuco e colidiu no Crato por proclamação do seu filho, José Martiniano de Alencar em 3 de maio do mesmo ano. Mal vista a Revolução, Bárbara Pereira de Alencar e seus filhos, José Martiniano de Alencar, Tristão Gonçalves de Alencar, Padre Carlos Pereira de Alencar e seu irmão, Leonel Pereira de Alencar e mais vários parentes, foram presos e conduzidos para a Capital do Estado, sendo vítimas de maus tratos, inclusive da população miserável que se agrupavam nas estradas para insultar as suas desgraças. Foi presa com os filhos e esteve na cadeia da Bahia até a ordem do Rei em Outubro de 1820. Sempre esteve ao lado dos filhos, pregou com eles a Revolução, fez viagens e acendeu o espírito Patriota no povo. Adotou o sobrenome "Araripe" por sentimentos nativistas e era uma perfeita mãe de família e administradora das propriedades no Pernambuco, Piauí e Ceará. Seu corpo foi sepultado em "Poço de Penas", hoje Itaguá, Município de Campos Sales. Bárbara de Alencar foi incorporada na História Revolucionária do Crato junto aos seus filhos, Martiniano de Alencar e Tristão Gonçalves, que figurarão para sempre nas histórias das lutas dos guerreiros Cariris.
Edilma Rocha
Fontes - Livro Bárbara de Alencar de autoria de Padre Antonio Gomes de Araújo
Livro Roteiro Biográfico de autoria de J. Lindemberge de Aquino
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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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5 comentários:
Edilma,
Parabéns!!!
Excelente relato sobre Bárbara de Alencar.
Abraços
Aloísio
Gostei demais, mana...
Parabéns, Edilma. Excelente! Só não "roubo" seu texto, porque queremos a diversidade de informaçoes entre os Blogs. Mas daqui a uns meses a gente leva...rs rs
Bjus!
DM
Dihelson,
O texto é tambem do blog do Crato. Até acho que o assunto tem mais a ver com ele, só não postei lá porque estou impossibilitada de faze-lo, a minha conta do hot mail não tem mas espaço e preciso de um convite seu por meio de uma outra conta. Peço mais uma vez o convite
edilma.bibba@gmail.com
Só assim poderei voltar a postar no blog do Crato, Olhares do Cariri e Zoom Cariri.
Estou aguardando por este procedimento.
Obrigada e um grande abraço !
Aloísio,
Gosta de historias regionais, amigo ?
Sou apaixonada por elas, principalmente da minha região.
Obrigada pelo elogio.
Aguardamos por voce como sempre.
Abraço!
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