Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 25 de abril de 2011

A riqueza e o tempo - Emerson Monteiro


De imaginar que tantos vivam qual quem mata o tempo, o cidadão médio resolve saber o que significa tempo, viver este período quando aqui, neste chão de possibilidades, realizar o que pretende. Porém poucos reconhecem o que pretendem, no entanto. Olham dos lados, atrás, à frente, e olha as águas de vasto oceano, cheios de preocupações, atribulações e desordem. Outros, descem à profundeza do mar e encontram os lenitivos de preencher o estirão da viagem com vaidades, instintos e posses. Já, lá adiante, os que buscam ter a aceitação interna, dentro do mundo de valores e sonhos.
Conquanto alguns poucos descubram a interpretação de que vida e tempo correspondam a uma mesma coisa, pois tempo mostra a cara na saúde e nas condições do corpo, as suas decisões e atitudes levam a pensar que vida e tempo são coisas diferentes. E ignoram os resultados do que realizem.
Noutro bloco, grupo reduzido estuda, trabalha, controla os sentimentos. Graças a esses poucos heróis, o barco permanece vagando na superfície das perguntas, querendo respostas do movimento dos dias e do relógio.
A famosa corrida do vil metal, das intenções materialistas e conceitos ocidentais, contudo, conduz a história, esquecida desses valores, no salve-se quem puder da sobrevivência. Ética e os ideais viraram discursos das manobras eleitoreiras. A classe dominante dos países ocupa os palacetes da ilusão e são poucos os que, de verdade, mandam no pedaço, a gastar o suor do povo em mãos gananciosas. Notícias requentadas, no meio do tempo de televisão, entopem a consciência das gentes. O costume de fabricar bombas e balas acinzenta de gazes as folhas dos calendários. É o tempo, de novo, sendo perdido no vento. Pessoas querendo reverter a marcha dos acontecimentos com propostas pessoais e tomam a si o direito de errar, matar, sem respeito ou responsabilidade.
Por onde andaria o custo dessas ações, ninguém consegue calcular e dizer o nome dos que manipulariam os cordões políticos das manadas vagando perdidas, abandonadas à própria sorte. Depois, chegará o senhor do tempo a pedir satisfação da farra. Filas quilométricas, que vão e que vêm, catam o pão e misturam com as lágrimas. Sim, o tempo perguntará aos surdos e responderá aos mudos suas leis de Eternidade. Quem fez ou deixou de fazer, nos passos das horas, subirá, ladeira acima, qual aquele Prometeu da lenda, a conduzir, nas encostas de elevada montanha, um rochedo que escorregará e voltará ao começo, necessitando subir novamente o velho itinerário.
Há espécie de religiosidade nisso tudo. Elevar o sentido da condição humana aos níveis superiores. Esquecer o quase nada que escorrega pelos dedos e estabelece padrões maiores de compreensão às vulgaridades, que deixaram imaginar as mil alternativas e um só Deus a lhes administrar todo tempo as engrenagens.

4 comentários:

Edilma disse...

Emerson,

Que Deus administre o meu tempo por aqui...
E que a minha riqueza seja feita de bons sentimentos...
Abraço !

Emerson Monteiro disse...

Edilma,

Meu abraço de Paz.

Claude Bloc disse...

Emerson,

Comentar seus textos significa mergulhar no íntimo, refletir e tirar disto algum alimento para as visões que temos do mundo, seja em que nível for.

Suas palavras nos trazem muito deste despertar para as coisas da vida...

Obrigada, Emerson,

Claude

P. S. Estou aguardando sua visita.

Emerson Monteiro disse...

Claude,

Bom comungar da sua amizade. Logo irei lhe ver.

Abraço!