Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 14 de maio de 2011

CORDEL DA DESPEDIDA DE DIDI MORAES E IZAIRA SILVINO - por Ulisses Germano

 

CORDEL DA DESPEDIDA DE DIDI E IZAIRA

Dona Izaira Silvino
Esposa de seu Didi
Formam um casal divino
Gente igual eu nunca vi
Todos dois celebram o canto
Do som que descobre o manto
Das coisas que já vivi

Quando esta terra esquecida
Se lembrar de quem perdeu
A injustiça ensandecida
Lembrará do que esqueceu
Cariri perdeu dois vultos
Que indiferente aos insultos
Tem na mala o que aprendeu

Cavaquinho e bandolim
Violão pandeiro e voz
Estiquei meu alfinim
Num andamento veloz
O amor nasce da graça
Nesta vida tudo passa
Mesmo quando estamos sós

Não vou falar da saudade
Que vai arder no futuro
Nem deixar que a soledade
No banzo em mim faço um furo
Encontros e despedidas
Jamais serão esquecidas
Posso afirmar e até juro

Quando o indizível falar
Na pausa do som parado
Zé Limeira irá cantar
A lingua do abirobado
Que esqueceu que essa gente
Faz de conta que não sente
O sofrer de ser calado


Ulisses Germano





Um comentário:

Claude Bloc disse...

Ulisses,

Ficamos felizes quando você nos aparece com estes presentes.

A rima transborda em significados.

Abraço,

Claude