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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Qual a medida de boa fé desta gente? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Os admiradores do Afif Domingues e da revista Veja, entre outras tantas vozes - estou apenas clamando pelos “simbólicos”- necessitam de uma boa rebolada. Vão ter que sambar. Chega desta cintura dura, fazendo discurso de paulistano da boa safra em pleno nordeste necessitado.
Assim como o velho barbudo da Alemanha no longínquo século XIX convocou à união dos operários do mundo, os liberais deste século XXI também chamaram os parceiros para a unidade. O símbolo deste povo de bem é muito diferente da inerte foice e martelo. Para eles o símbolo da luta é dinâmico: O IMPOSTÔMETRO.

Ficam escandalizados com a destruição dos lares pelo imposto cobrado. O Brasil é um horror. Os impostos aqui são os piores do mundo. O governo raspa todo o potencial do povo. Tudo aqui é superlativo.

Mas que moçada mais enganada meu Deus. Fica olhando aqueles números crescendo e lendo a Veja como um catecismo e não faz conta do que acontece no mundo real. Não basta, é preciso ir além. A Associação Internacional de Consultorias (Sigla UHY International em inglês com sede em Londres) acaba de divulgar um estudo comparando as 20 maiores economias industrializadas do mundo, incluindo o G7 que é a jóia da coroa dos liberais.

A conclusão principal é que no Brasil os mais ricos pagam pouco imposto. Além do mais tem o Brasil outra característica ruim: aqui o peso do imposto arrecadado é mais de impostos indiretos, embutidos nas mercadorias e serviços. Uma vantagem a mais para os mais ricos: têm mais meios para comprar no exterior e consomem mais mercadorias difíceis de tributar como obras de arte.

A face real brasileira: quem ganha até U$ 25.000 por ano (mais ou menos R$ 3.300,00 por mês) retém em impostos 16% e fica com 84% (igual á maioria dos demais países), enquanto aqueles com renda na faixa de U$ 200.000 por ano levam 74%. Ou seja, a diferença entre as duas faixas é de 10% uma das mais baixas entre os 20 países estudados.

Apenas para efeito comparativo: Malásia, França, Alemanha e Japão a diferença entre as faixas varia entre 15% e menos de 20%; nos EUA, Canadá, Espanha, Itália e Grã-Bretanha diferença varia entre 20% a menos de 25%; em Israel, Holanda a diferença vai crescendo até atingir 40% na Irlanda.

Enfim o impostômetro, Afif Domingues e a imprensa simbolizada pela Veja estão confundindo a sociedade e não propõem nada. Ao invés de abrir a verdadeira discussão sobre os impostos, fazem graça com a miséria de informações de todos nós.

3 comentários:

Armando Rafael disse...

Zé do Vale:
A nota abaixo não foi publicada nem na VEJA, nem por Afif Domingos, e sim
na “Folha de S.Paulo”...
Com quem estará a razão?

“A carga tributária do Brasil é maior do que a de países como o Japão, os Estados Unidos, a Suíça e o Canadá. A comparação faz parte de estudo da Receita Federal divulgado hoje (2) e leva em conta os dados mais recentes, apurados em 2008, entre os países-membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

Enquanto o peso dos impostos no bolso do cidadão chegou, em 2008, a 34,41% no Brasil --nível recorde--, no Japão ficou em 17,6%. A carga também foi menor, por exemplo, no México (20,4%), na Turquia (23,5%), nos Estados Unidos (26,9%), na Irlanda (28,3%), Suíça (29,4%), no Canadá (32,2%) e na Espanha (33%)”.

Armando Rafael disse...

O Brasil arrecada mais do que o suficiente para ter serviços públicos de qualidade. Porém gasta mal essa arrecadação. Nosso Poder Legislativo consome bilhões e a maioria (a “quase unanimidade” ou “Base do Governo”) não faz nada além de dizer “amém” às proposições dos governos desde FHC até Dilma.
Não se ouviu este ano, nenhum pronunciamento no Senado/Câmara dos Deputados sobre a pesada carga tributária e ausência da qualidade dos serviços prestados pelo Estado. Pagamos muitos impostos, e continuamos a pagar também caras mensalidades escolares (pois a escola pública não garante um futuro promissor para nossos filhos); pagamos caros planos de saúde (pois a saúde pública está na UTI)...
Quem paga pedágio (como os paulistas e mineiros) possuem boas estradas.
Já as BRs do Ceará (onde não existe pedágio) estão em petição de miséria. Um exemplo: de Farias Brito a Várzea Alegre (48 km) se gasta, nos dias atuais, 1 hora no percurso, devido aos buracos que só serão “tapados” no final de 2012, segundo o próprio ministro dos Transportes. Claro que ele vai consertar primeiro a BR Fortaleza-Sobral, pois esta última cidade é a terra no governador Cid, que já fez um “rali” pelas destruídas estradas federais no Ceará...
E por aí vai...

Armando Rafael disse...

E como hoje é São João, vejam a "mordida" do Leão na maior festa dos nordestinos...

É o que revela o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

Nem as festas juninas estão livres do Leão da Receita Federal.

Reparem: 36,54% do preço da paçoca são impostos.

Na boa canjica, estão embutidos 35,38%;

Na cocada e no pé de moleque, 36,54%;

No quentão e nos fogos de artifício, 61,56%;

Na cachaça, 81,87%;

E na latinha de cerveja, 56,60%.