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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Amar é possível - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

O Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus, 22,34-40 nos revela que os fariseus perguntaram a Jesus qual o maior dos mandamentos. A resposta de Jesus foi outra pergunta. "O que diz a lei?" O fariseu respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Em seguida, acrescentou: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.” Vimos assim, que a resposta nivelou em importância o amor a Deus e o amor que nós devemos ter pelo próximo. “Quem não ama o irmão que vê, como pode amar a Deus que não vê?” Pergunta-nos João, outro evangelista.

Segundo Eric From, amar é uma arte e como todas as artes devemos aprendê-la. É fácil amar as pessoas com as quais convivemos, aquelas que consideramos normais dentro de padrões de comportamento estabelecidos. O difícil é amar as pessoas invisíveis pela sociedade: os catadores de lixo, os desvalidos que vivem perambulando pelas ruas sem um travesseiro onde recostar a cabeça, os alcoólatras, os menores abandonados, os mendigos, os de partidos políticos contrários ao nosso.

Vejam que belo exemplo da força do amor: aqui em Fortaleza, conheci a Casa do Menino de Jesus. É uma instituição que abriga menores cancerosos do interior do Estado e suas mães ou outras acompanhantes durante o tratamento a que aqui se submetem. Ao ver tamanha organização, o visitante imediatamente pergunta quem mantém aquela obra grandiosa. Apenas duas mulheres pobres através de donativos. A irmã Conceição e uma sua companheira de congregação, únicas religiosas que compõem aquela ordem.

Outro exemplo de como saber amar, li há uns dez anos em uma publicação da Campanha da Fraternidade. Era dia de visita no extinto presídio Carandiru, em São Paulo. Um sacerdote conversava em um dos bancos do pátio do presídio com um preso, quando observou uma senhora entrando com uma sacola enorme, indo ao encontro de um rapaz que estava sentado num banco próximo. Ao avistar esse rapaz, a mulher abraçou-o e beijou-o, e em seguida retirou da sacola, roupas e um bolo que foram entregues ao rapaz, tendo se mantido ao lado dele conversando animadamente. O padre, então comentou com o presidiário com o qual conversava. “Como é bonito o amor de uma mãe!” “Padre essa senhora não é a mãe dele. Ela é a mãe do rapaz que ele matou.” Respondeu-lhe o presidiário.

Mas quem é o nosso próximo, a quem devemos amar com a mesma força do amor que devemos devotar a Deus? Foi essa a pergunta que os doutores da lei fizeram a Jesus. E ele respondeu narrando a história de um homem que foi atacado por salteadores que o deixaram quase morto à margem da estrada. Passaram por aquele caminho um sacerdote, um doutor da lei e um samaritano. Os dois primeiros passaram ao largo, ignorando aquele homem ferido. O samaritano, porém, socorreu o desconhecido, curou suas chagas e pagou o tratamento que ele necessitava numa hospedaria. E Jesus perguntou ao doutor da lei: "Quem dos três foi o próximo daquele homem abatido?"

Ao narrar essa parábola, Jesus parece inverter a pergunta que lhe fizeram para "O que devemos fazer para sermos o próximo do outro?" Enfim, Jesus nos revela que o nosso próximo é aquele que encontramos em nossos caminhos.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

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