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"Penetra surdamente no reino das palavras.
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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Crato: também a Diocese ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Você, aí do outro lado da telinha, ainda tá lembrado de que alertávamos a quem de direito, aqui mesmo neste espaço, da possibilidade de que, mais cedo ou mais tarde, também a sede do Bispado (Diocese) possa vir a ser transferida, “vapt-vupt”, de Crato pra Juazeiro ??? E que por trás disso tudo se acha o alienígena italiano que se fez “bispo”, presumivelmente trabalhando nessa direção visando benefícios próprios ???
Pois é, agora, através da última edição da Revista Província (nº 29, de julho/11), seu Diretor, o conceituado professor universitário e jornalista Jurandy Temóteo, com a autoridade moral e bagagem intelectual de todos conhecida, nos mostra que tão sórdida trama, envolvendo a possível transferência não só da Diocese, mas também do seminário, teve origem lá atrás (há exatos 97 anos), arquitetada pelo próprio Cícero Romão Batista (a quem rotula de “...dissimulado, arrogante, ambicioso e vaidoso”) contando com o auxílio dos senhores “...Leandro Bezerra, Floro, Sá e mais amigos”, conforme telegrama enviado ao senhor Nogueira Acióli (vide transcrição abaixo, ipsis litteris), convidando-o a engajar-se em tal projeto.
Convém atentar para a sutileza escondida nas entrelinhas do citado documento, quando Cícero Romão Batista, mostrando toda a sua prepotência, arrogância e vaidade, maquiavelicamente chega a insinuar (ou sugerir) o seu próprio nome pra Bispo (“...MOSTRANDO DIREITO MEU”), nem que para tanto tivesse que PAGAR um certo preço: “...aqui aonde OFEREÇO duas propriedades, valor suficiente patrimônio, casa própria para palácio, terreno seminário, facilidade construção”. E que, para conseguir seu desiderato, chega a “sofismar”, ao peremptoriamente declarar que Juazeiro (ainda nos seus primórdios), seria uma “...cidade maior população” (mentira cabeludérrima, como se vê).
Veja, leia, recorte, guarde, coloque numa moldura ou... rebole no lixo:
“Juazeiro, 21-12-1914. Dr. Nogueira Acioli, Rua Matriz, 63, Rio.
Com Floro, Sá, mais amigos peço irem em comissão ao Núncio. Apresentem EM MEU NOME transferência sede Bispado Cariri para aqui Juazeiro, MOSTRANDO DIREITO MEU, por ter sido empreendedor desde Roma 1898 continuando esforços auxiliado Dr. Leandro Bezerra perante Núncios Apostólicos monsenhores Tonti, Bavona ficando aceito pela Santa Sé e combinação Sr. Bispo D. Joaquim. Reunião Bispo Norte em Pernambuco foi aceita proposta, juntamente outros Bispados. Faça ver DIREITO SEDE AQUI, AONDE OFEREÇO duas propriedades, valor suficiente patrimônio, casa própria para palácio, terreno seminário, facilidade construção. CIDADE MAIOR POPULAÇÃO. Floro diga como bem conhece se esforçando Núncio obter Santa Sé. Sinceras saudações, Padre Cícero”.
Um outro aspecto que merece ser realçado, ali abordado didaticamente e com muita propriedade pelo professor e jornalista Jurandy Temóteo, diz respeito à portentosa riqueza, repentina e inexplicável, de Cícero Romão Batista (à qual também nos havíamos referido anteriormente), ao transcrever as citações abaixo:
De Mons. Antônio Feitosa: “O próprio Padre Cícero põe as armas nas mãos dos que o acusam de ter se tornado excessivamente rico. Diversos autores colheram nos TESTAMENTOS FIRMADOS PELO PADRE CÍCERO EM NOME DE DEUS, alguns dados expressivos e sintomáticos. Diz Morel: “Seu testamento datado de 04 de outubro de 1923 dá notícia de 30 sítios, 16 prédios, um quarteirão e uma avenida de casas, cinco fazendas com gado e benfeitorias e uma mina de cobre””.
De Carlos Chagas: “... dizem com malícia que O ÚNICO MILAGRE REAL DE SUA VIDA foi começá-la pobre e morrer deixando em testamento 31 sítios, vários terrenos, cinco fazendas de gado e benfeitorias, 17 prédios, 04 quarteirões de casas e uma mina de cobre”.
Como se observa, o pseudo-santo tinha “pés-de-barro”, sim senhor, nenhuma humildade, além de reconhecido “bloqueio intelectual”, conforme a Revista Província nos cientifica, a saber: “... Na realidade, o Pe. Cícero era portador de forte preguiça intelectual, pois viveu alheio ao movimento literário do seu tempo, sem livros, ignorando escritores, filósofos e sociólogos, antigos e modernos. Daí a sua incultura, que nunca permitiu escrever um artigo, pronunciar um discurso ou realizar uma conferência – vide Otacílio Anselmo, “Padre Cícero – mito e realidade”, p. 43, Civ. Brasileira, Rio, 1968)”.
Ante o exposto e face o agora publicado pela Revista Província, entendemos que convém lembrar os questionamentos que levantamos a respeito da grotesca farsa conhecida como “o milagre da hóstia” - oportunidade em que a própria Igreja Católica “carimbou” Cícero Romão Batista como “charlatão” - a saber:
1) objetivamente, qual foi mesmo a “causa mortis” que vitimou a beata Maria de Araújo ???; 2) por qual razão os famosos “paninhos”, depositários do seu sangue (exaustiva e recorrentemente usados e difundidos como uma das “provas” do milagre), providencialmente sumiram (ou queimados foram), como se houvesse o temor de que, num futuro não tão distante, com o vasto instrumental que certamente surgiria, um simplório exame laboratorial mais detalhado pudesse diagnosticar alguma comprometedora e letal moléstia (tuberculose ???), determinante e capaz de “demolir” de vez com o tal “milagre da hóstia” ???; e, 3) qual a “ORIGEM-FONTE” dos expressivos recursos que permitiram que alguém, originário de família paupérrima e sem uma remuneração compatível, de repente tenha se tornado “podre de rico” ???
Quaisquer dúvidas poderão ser elucidadas através de consulta à “Revista Província”, edição número 29, de Julho/2011, páginas 153 a 157, artigo “Padre Cícero, um homem de bens”, de Jurandy Temóteo.
Alfim, não custa lembrar e é sempre bom termos em mente o sábio ensinamento do nosso Zé do Vale: “No dia em que um assunto não puder ser tratado por um cidadão, este assunto não existe. Isso é coisa de sociedade secreta, de iluminados, de mensagens cifradas.(...) Se estamos todos aqui discutindo política, cultura, economia, filosofia e o cotidiano o mais certo é que as visões se multipliquem”.



7 comentários:

Dedê disse...

Com a palavra DOM PANICO

Armando Rafael disse...

--- 1 ---

Um adágio surgido no século IV antes de Cristo, perdurando aos dias atuais, diz: "Não vá o sapateiro além do sapato". Atribui-se a origem deste provérbio a Apeles, renomado pintor e escultor grego.

Apeles vivia em Jônia, na segunda metade do século IV antes de Cristo. Certo dia, tendo Apeles concluído uma de suas telas – onde retratou uma divindade do Monte Olimpo – e embevecido com a beleza da obra, resolveu expô-la, em frente a casa onde morava, para que os transeuntes pudessem admirá-la. Por lá passou um rude fabricante de sandálias. Este, observando a tela chamou a atenção de Apeles para um erro nas sandálias da divindade.

Apeles apressou-se em corrigir a falha. Concluída a correção, o fabricante de sandálias, entusiasmado, começou a fazer observações e críticas sobre o nariz e o queixo da figura retratada. Apeles não se conteve e encerrou o diálogo:

– Não, isso eu não aceito! Não queiras ir além das sandálias!

Armando Rafael disse...

--- 2 ---

O preâmbulo acima vem a propósito do artigo “Crato: também a Diocese?”, de autoria do Sr. José Nilton Mariano Saraiva. Não desejo manter qualquer polêmica, debate ou discussão com o Sr. Mariano Saraiva. Nem vou perder tempo com as ilações subjetivas e inexatidões inseridas no artigo citado.

Armando Rafael disse...

--- 3 ---
Mas, minha consciência de católico que ama e respeita sua Igreja e seus honrados pastores, me obriga escrever estas rápidas linhas para apresentar minha repulsa às agressões incongruentes e desrespeitosas – feitas pelo Sr. Mariano Saraiva – à digna figura do Senhor bispo diocesano de Crato, Dom Fernando Panico, a quem o autor do artigo cita – ipsis litteris –

“que por trás disso tudo se acha o alienígena italiano que se fez “bispo”, presumivelmente trabalhando nessa direção visando benefícios próprios” (SIC).

Armando Rafael disse...

--- 4 ---

Dom Fernando Panico não é um alienígena, nem aventureiro. Mora em Crato há mais de dez anos e participa ativamente de todas as iniciativas que visam o engrandecimento da nossa comunidade. Possui larga folha de bons serviços prestada aos municípios do Cariri, todos de domínio público, para quem aqui reside e, certamente, desconhecidos de quem se ausentou há mais de 4 décadas da região e desconhece sua realidade atual, pois aqui só vem uma vez por ano, durante os poucos dias da ExpoCrato.

Armando Rafael disse...

--- 5 ---
Dom Fernando é um homem de bem, lhano no trato, sensato, equilibrado, sereno, cordial e devotado – em extremo – ao bem estar do rebanho que lhe foi confiado pelo Papa. O ilustre prelado, naturalizado brasileiro há décadas, além de ser um homem queridíssimo em todo o Cariri e, no Nordeste brasileiro, já recebeu Títulos de Cidadania Honorária do Ceará e de quase todos os municípios do Cariri. Participa de várias entidades sócio-cívica–culturais de Crato. É, inegavelmente, a maior liderança do Sul do Ceará.

Armando Rafael disse...

--- 6 ---
Isto posto, deixo claro que fiz esta reparação unicamente por se tratar de uma agressão desrespeitosa, inoportuna e desnecessária a maior autoridade da Igreja Católica no Cariri.

Antecipadamente reitero que não voltarei a tecer qualquer outro comentário adicional a matéria em tela. Até mesmo porque se assim o fizesse, estaria superestimando um escrito raivoso, eivado de ilações subjetivas e sem bases sólidas, produzido em cima de fatos históricos cujas consequências o tempo já se encarregou de superar.