Sou um jorro de sonhos na paisagem
onde canta um pássaro louco. Ó grifo
sepulto e vivo em mim, por onde me levas?
Sou um lobo de fogo num poço de febre.
Um cavalo cego no lodo agoniza. Ó verbo
de Deus e do Demônio e meu. O caos
é nosso domicílio. E nós queríamos
o belo e o horror. A luz selvagem
dos espelhos. E a nossa água devassa
o pânico das conchas. Purifica o nojo
a nossa lava, mas não salva a flor.
Noite terrível, ó grandioso amor.
Acolhe-me em teu seio! Lua sangrenta
sobre o abismo... Eia, sus! Eu sou o abismo.
J. C. Brandão
Um comentário:
José Carlos,
Estávamos sentindo sua falta aqui...
Você sempre nos ilustra e apraz com seus poemas.
Abraço,
Claude
Postar um comentário