Inhumas é um povoado do município de
Santana do Cariri. Localizado a 2 km do centro da cidade, lá ocorre um fenômeno
da religiosidade popular, fato comum no chão dos místicos nordestinos. Trata-se
da devoção à memória de uma jovem – Benigna Cardoso – alvo da veneração pelo
povo simples de Inhumas e sítios vizinhos a este povoado.
Curioso em conhecer esta história fui até Inhumas e ouvi de um habitante daquela localidade que á fora palco, há 70 anos, de uma tragédia. A adolescente Benigna Cardoso, nascida naquela localidade, em 15 de outubro de 1928, levava uma vida igual às demais mocinhas da zona rural naqueles recuados tempos. Fazia as tarefas de casa e era encarregada, também, do abastecimento de água da família que a criava, pois era órfã.
Curioso em conhecer esta história fui até Inhumas e ouvi de um habitante daquela localidade que á fora palco, há 70 anos, de uma tragédia. A adolescente Benigna Cardoso, nascida naquela localidade, em 15 de outubro de 1928, levava uma vida igual às demais mocinhas da zona rural naqueles recuados tempos. Fazia as tarefas de casa e era encarregada, também, do abastecimento de água da família que a criava, pois era órfã.
Para tanto se
deslocava, todos os dias, até um riacho distante da sua casa e trazia – num
pote de barro – a água necessária ao consumo do dia. Sua formosura atraiu a
atenção de um jovem de sua idade, Raul Alves de Oliveira, também residente em
Inhumas. Mas Benigna nunca alimentou a expectativa do namoro pretendido por
Raul.
No dia 24 de
outubro de 1941, nove dias após completar treze anos de idade, Benigna iniciou
cedo seus afazeres domésticos. À tardinha, colocou o pesado pote na cabeça e,
enfrentando o sol causticante, tomou o caminho da fonte de água. Antes de
atingir o local, numa curva da estrada, apareceu de repente Raul que lhe fez
propostas amorosas recusadas de forma categórica pela mocinha. Tresloucado,
Raul sacou de uma faca que trazia e golpeou por três vezes o corpo franzino de Benigna.
Um dos golpes quase decepou a cabeça da jovenzinha, tamanha a fúria que
dominava o homicida.
O fato chocou a
todos. Depois da morte da jovem começaram as romarias ao local onde ela foi
assassinada. Até hoje, muitas pessoas da redondeza de Inhumas fazem promessas
rogativas à alma de Benigna. Até pessoas ilustres nascidas em Santana do Cariri
– mas residentes em outras regiões do Brasil – recorrem à intercessão da
jovenzinha para obter graças.
Um modesto marco, encimado por uma pequena cruz, recebe muitos ex-votos dessas graças alcançadas. O povo de Inhumas se refere à Benigna como “A santa mártir”. Seria bom que a Prefeitura de Santana do Cariri mandasse construir no local uma capela ampla para abrigar os que ali vão rezar, acender velas e deixarem ex-votos pelas graças alcançadas por intercessão da jovem Benigna Cardoso.
Um modesto marco, encimado por uma pequena cruz, recebe muitos ex-votos dessas graças alcançadas. O povo de Inhumas se refere à Benigna como “A santa mártir”. Seria bom que a Prefeitura de Santana do Cariri mandasse construir no local uma capela ampla para abrigar os que ali vão rezar, acender velas e deixarem ex-votos pelas graças alcançadas por intercessão da jovem Benigna Cardoso.
Padre Christiano
Coêlho, vigário por longos anos de Santana do Cariri, e já falecido, escreveu,
ao lado dos dados de nascimento de Benigna, no Livro de Batizados da Paróquia: “Morreu
martirizada às 4 horas da tarde do dia 24 de outubro de 1941 no sítio Oiti.
Heroína da Castidade. Que sua santa alma converta a freguezia e viva de
proteção às crianças e às famílias da paróquia. São os votos que faço da nossa
santinha”.
O bispo de Crato, dom Fernando Panico, instalou a Comissão Diocesana para
estudar a documentação existente sobre
Benigna. E um padre da diocese de Crato foi a Roma, neste mês de setembro,
coletar dados para instruir a
causa diocesana sobre um provável processo da heroicidade de mártir Benigna Cardoso.
Um comentário:
Sejam sempre bem vindos os seus textos...
Eles nos ilustram e nos fazem conhecer sempre coisas novas ou vistas com outros olhos.
Abraço,
Claude
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