Eu não sou filho do Crato, mas considero-me
tão cratense quanto os que aqui nasceram.
Não sou político, nem candidato, mas
gostaria de lhes falar um pouco sobre política.
Tampouco sou escritor, mas gostaria de
escrevendo, lhes dizer algo que, considero de suma importância para todos nós.
Meus amigos e amigas – acho e, com
certeza, muitos também acharão que o nosso município já teve em sua já um tanto
longa existência, momentos de glória, momentos históricos, momentos outros
quando éramos considerados referência em educação, em saúde, em cultura, em
comércio, enfim, em muitas e importantes atividades. Já fomos um município que
dominou uma vasta região, que já contou com fortes lideranças políticas, tinha
deputado estadual, federal e até senador nós já tivemos, teve força política,
poder, prestígio, influência e autonomia e, por isso, teve condições de
conseguir junto aos governos o tudo que precisava e queria. Dispunha, realmente
de tudo e aparecia no topo, às vistas dos governos e isto porque um município
só é bem visto pelos governos quando dispõe de tudo o que o Crato dispunha:
força política, poder, autonomia e por isso, muito prestígio e influência.
Que governo irá prestigiar um município
que não tenha suas lideranças, seus próprios deputados, que não tenha união,
nem autonomia e por isso não terá também força política? Realmente nenhum! Pois
foi exatamente quando o Crato deixou de eleger os seus próprios deputados,
votando em candidatos de outros lugares que começamos a cair, a perder
prestígio, chegando ao ponto de não termos quem “levante uma palha” por nós,
quem dê “uma mãozinha” sequer, ao prefeito para que, pelo menos, resolvamos
problemas urgentes e simples, imaginem os grandes ou os que nos tragam
benefícios, sejam quais forem.
Sim porque aqueles em que votamos não
tem o mínimo interesse por nós, desejam mesmo é que o Crato se esvazie cada vez
mais, se torne, por completo, dependente de outras plagas e deles mesmos que,
naturais de outros lugares, aqui encontraram guarida, receberam o respaldo que
precisavam, em votos, que lhes deram poder e prestígio, utilizados, não a nosso
favor, mas ás vezes, contra nós, como é o caso atual, quando alguém quer nos
presentear com algo que, dizem, de grande benefício mas que, ao invés de benefício
nos trará literalmente o sobejo, as migalhas, os restos, o lixão dos outros
municípios do Cariri, verdadeiro “presente de grego.”
Nenhum cratense de sã consciência deixará
de se indignar por isso e eu lhes pergunto: qual daqueles candidatos aqui votados
já se empenhou em conseguir, para nós algum benefício? Qual deles, por exemplo,
se empenhou na luta pela vinda da Universidade Federal para o Crato? Qual deles
teve interesse em nos defender, quando daqui tiraram tantos órgãos importantes,
há muito aqui instalados? Qual deles interferiu na resolução do gravíssimo
problema do nosso canal do Rio Granjeiro? Em qual deles deveremos confiar
quando falam em retirar a nossa Exposição do seu parque atual? Qual deles já
agradeceu pelos votos que aqui receberam? Qual deles ainda merece o nosso voto?
Qual deles merece o nosso respeito? Sinceramente, eu acho que nenhum. Mas
existe um ponto que precisa ser considerado. É que eles aqui gastaram dinheiro,
algum cratense negociou votos e se os candidatos pagaram, não restou nenhum
compromisso. Então, não deveríamos mesmo esperar nada deles. Eles pagaram os
votos ou em dinheiro ou em favores para alguém e em contrapartida não nos
trouxeram o que atenderia ao município e seu povo, de maneira geral.
Temos que ter consciência e pensar, que
votar em candidato de fora, nesses que compram votos, é votar contra o Crato, é
votar contra nós mesmos, é, antes de tudo um contra-senso.
Então, em quem votaremos para deputados
nas próximas eleições? Não é nada fácil responder a esta pergunta, por algumas
razões: uma é que os políticos andam mesmo em muito baixa cotação, outra, é que
nós não contamos realmente com nomes fortes que possam ser apontados como
candidatos a deputado estadual e federal ou porque, desde muito tempo ninguém
preparou-se suficientemente para isso ou porque não houve interesse por alguém
que tivesse condições ou porque tal interesse foi prejudicado (este foi o caso
do nosso amigo e conterrâneo Valberto) pelo interesse de alguém que só desejava
ver o Crato dependente ou ainda e isto é muito importante, porque não tivemos
consciência de que teremos que fazer valer a nossa autonomia.
Aliás, povo do Crato, onde anda a nossa
autonomia? Precisamos tê-la de volta, precisamos, nós mesmos, resolver os
nossos problemas domésticos, precisamos, nós mesmos, tomar as nossas decisões,
precisamos, nós mesmos, escolher os nossos candidatos, sejam a prefeito ou
deputados e, estes, que sejam pessoas do nosso meio, pessoas sérias, dignas,
honestas, capazes, prudentes, empreendedoras, que conheçam os nossos problemas
e anseios, comprometidas com o nosso município, em quem reconheçamos
sinceridade nos pronunciamentos e atitudes. Nunca pessoas que, com dinheiro ou
demagogia tentem ludibriar a consciência dos mais ingênuos, pessoas impostas por
quem quer que seja, que nos sejam colocadas de “goela abaixo” como se fossem
purgante, no que, de fato, eles sempre se tornam.
Teremos que tomar muito interesse pelas
próximas eleições municipais, porque, além de estarmos elegendo pessoas que
dirigirão os nossos destinos durante alguns anos, delas poderão depender
medidas que venham solucionar, a meu ver, o maior problema do nosso município,
que é o de não termos representantes legítimos, nem a nível estadual, nem
federal, o que, diga-se de passagem, é uma grande vergonha.
Os deputados, são elos de ligação entre
o prefeito e os governos, através deles que por sua vez são muito úteis aos
interesses, tanto do governo estadual como do federal, inclusive permitindo a
eles o poder da barganha, os prefeitos conseguem fazer as suas reivindicações.
Então, se o município não conta com deputados legítimos ou em quem possa
confiar, fica marcando passo, vendo a “carruagem passar” rumo a outros
municípios que contem com seus representantes.
Ainda bem que surgem, às vezes,
oportunidades de o governo e o próprio prefeito conseguirem algo, como por
exemplo, o calçadão da Rua Dr. João Pessoa, e reforma das praças, a Escola
Profissionalizante e a recuperação de parte do canal do Rio Granjeiro, que, por
sinal, teria que ser uma obra de prioridade máxima, que estivesse pronta antes
das primeiras enxurradas, os cratenses sabem por quê.
Se nós eleitores pensarmos bem,
acabaremos concluindo que a nossa responsabilidade é muito grande, de nós
depende a eleição de cada candidato, de nós, portanto, dependerá o nosso
próprio destino e se a nós cabe tamanha responsabilidade, temos a obrigação e o
dever de nos empenharmos de corpo e alma no processo.
No meu entender o ideal seria
participarmos com absoluta seriedade de uma união (A UNIÃO PELO CRATO) que
seria formada entre nós eleitores mas, também, antes e principalmente entre
candidatos e lideranças partidárias que tomariam a frente de tudo, acolhendo a
importante, necessária e indispensável participação de todos os segmentos da
sociedade, esquecendo questões de qualquer ordem em favor do propósito de ser
formado um grande grupo que, marchando junto e forte, indicaria, já nas
próximas eleições municipais, o nome do candidato a prefeito, aliás, já estão
surgindo nomes, alguns muito bons, realmente. Juntos a este o nome do
vice-prefeito e vereadores, nomes estes que seriam ratificados por nós,
eleitores, nas eleições e depois, na eleição seguinte, para deputados se
procederia da mesma maneira com relação a deputado estadual e federal para, então,
o grupo e nós cratenses, cheios de confiança e otimismo, termos aquela força
política, há algum tempo perdida, finalmente renovada, o que nos daria poder,
prestígio, influência e por isso, nos daria condições para conseguirmos junto
aos governos o tudo que precisamos e queremos, aquilo que hoje não conseguimos,
exatamente porque, desorientados, sem a devida união, sem a mínima noção de
dimensão da nossa responsabilidade, votamos em pessoas erradas para deputado,
alheios a nosso municípios, a nossa gente e o pior, sem compromisso para
conosco, daí porque, já deixamos de receber muito do que precisávamos, perdemos
muito do que tínhamos e corremos o risco de perder ainda mais, inclusive a
nossa Exposição, ela que ainda nos promove, criada pelo povo do Crato, orgulho
para todos nós e muito ambicionada por outros municípios.
A quem falei sobre a idéia da união,
quase todos foram unânimes em dizer que é muito difícil acontecer mas, seria o
ideal e eu, o que possa até parecer um sonho, me arrisco a publicar, na
esperança que algum outro sonhador como eu, concorde comigo, ache que nem tudo
o que é difícil, é impossível de acontecer, principalmente, quando se trata de
assunto tão importante e sério, que diz respeito ao futuro do nosso município,
da nossa cidade, da nossa gente, que deverá ser tratado por pessoas de alto
nível, a quem interessa também, e muito diretamente.
Realmente, temos que acordar, temos que
encarar o grande problema que temos por não contar com representantes legítimos
nem na Assembléia Legislativa, nem na Câmara Federal, com muita seriedade e a
meu ver, mesmo que possa realmente parecer um sonho, só através da união
teremos a solução e ela nos trará força política, com esta, o poder, a influência e o prestígio para conseguirmos
o que desejarmos e precisarmos.
Eu torço, então, para que os nossos
líderes se entendam e façam do que tantos acham ser difícil, mas ideal, a
grande “UNIÃO PELO CRATO”, uma realidade para o bem de todos.
Crato-CE, 27/09/2011.
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