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"Penetra surdamente no reino das palavras.
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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Geoturismo, Turismo Sustentável & Geoparque Araripe (2ª Parte) – por Alexandre Sales (*)



Geoparques

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO começou a exercer função importante na conservação da terra, apoiando a criação de parques no intuito de preservar o patrimônio de valor significativo. Desse modo, a UNESCO desenvolve vários projetos, tais como as Reservas de Biosfera, os Sítios de Patrimônio da Humanidade e por último, através da sua  Divisão das Ciências da Terra, desenvolve um “selo de qualidade” chamado de Geopark, definindo-o como: “Um território de limites bem definidos com uma área suficientemente grande para servir de apoio ao desenvolvimento socioeconômico local. Deve abranger um determinado número de sítios geológicos de relevo ou um mosaico de entidades geológicas de especial importância científica, raridade e beleza, que seja representativa de uma região e da sua história geológica, eventos e processos. Poderá possuir não só significado geológico, mas também ao nível da ecologia, arqueologia, história e cultura. (UNESCO, 2007). Atualmente existem 77 geoparques certificados e pertencentes à Rede Global de Geoparques (GGN-UNESCO), em 25 países.

O Brasil foi beneficiado com um selo Geopark, aonde os turistas vão motivados em conhecer o patrimônio e o estudo geológico. É de fundamental importância que os representantes do turismo no país, como o Ministério do Turismo e a EMBRATUR pensar em nortear o conceito de geoturismo como um novo segmento do turismo. É um privilégio para um país fazer parte da rede, pelo fato de a região – de imediato – ser beneficiada de maior visibilidade e promoção internacional, associada a uma marca de qualidade. Qualquer Geopark deverá disponibilizar informações sobre toda a rede (GGN-UNESCO).

Após essa novidade, o Brasil – seguindo o exemplo do pioneirismo caririense – começou a viabilizar  várias propostas de geoparques. Aí incluídos: sítios com geomonumentos e parques naturais, em diferentes regiões do país. Contextos geológicos surgiram. No entanto, as novas propostas ainda precisam ser devidamente avaliadas. A exemplo dos geoparques sugeridos na Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul; no Alto Vale do Ribeira em São Paulo e parte do Paraná;  além do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, que já possuem avançados estudos para serem candidatos ao status de Geopark. Outras possíveis áreas com potencial de candidatar-se ao selo Geopark poderão ser identificadas.

‘Geopark” Araripe

Eventos muito especiais na história da Terra se encontram documentados na região do Araripe através da geologia e suas rochas; da Paleontologia e seus fósseis (as pedras de peixes),  que encantam a todos. E da Arqueologia, com os registros dos antigos habitantes de nossa região do Cariri. O importante patrimônio da Terra aqui mantido e, principalmente, a forma como está preservado, levou a URCA e o Governo do Estado do Ceará, em colaboração com o Intercambio Acadêmico Alemão, em 2004, a iniciar a propositura junto a UNESCO.
O projeto  da região do Araripe passar a integrar a Rede Global de Geoparks, através do Geopark Araripe, data de 2006. O Geopark Araripe é o primeiro do continente Americano e do Hemisfério Sul. A certificação em setembro de 2006 aconteceu na cidade de Belfast, Irlanda do Norte, na segunda Conferência Internacional de Geoparques, numa cerimônia festiva e de grande expectativa no cenário mundial, quando – além do Geopark Araripe, foi anunciado a aprovação de vários outros,  distribuídos pela União Europeia, China e  Irã, totalizando, àquela época,  53 unidades.

Desde seu reconhecimento, o “Geopark” Araripe vem se confirmando como um destino Geoturístico no Cariri, que objetiva encontrar formas de desenvolvimento sustentado para a região, através da atividade turística. Com aprovação ao status de Geopark, a região do Araripe recebeu destaque internacional fortalecendo sua imagem como destinação turística. No entanto, nossa região  ficou igualmente responsabilizada a atingir o objetivo de programar um desenvolvimento no seu território. O que  beneficiaria a população e preservaria a sua maior valia: "o patrimônio". O turismo é o principal meio para o desenvolvimento de um Geopark e é uma prioridade desenvolvê-lo.

(*) Alexandre Magno Feitosa Sales, é professor efetivo da Universidade Regional  do Cariri e colaborou na implantação do Geopark Araripe.

Um comentário:

Claude Bloc disse...

Agradecendo sempre pelas ótimas postagens, Armando.