Bernardo Melgaço da Silva
Hoje li num outro blog uma pessoa exaltando o dia do inimigo. Em verdade, essa pessoa queria criar uma polêmica entorno daqueles que exaltam o dia do Amigo (como fiz nesse blog citado anteriormente). Em minha consciência procuro mais uma vez compreender porque exaltamos mais a guerra do que a paz; o confronto do que um aperto de mão; a doença social da luta competitiva do que a saúde social na doação cooperativa solidária; a desgraça do que a graça. Estamos em tempo de ilusão intelectual e “crítica”. A crítica requer sabedoria, ir além do saber do outro com argumentação convincente e fundamentada (ler definição da filósofa Marilene Chauí no livro Convite à Filosofia). E não é o que acontece na maioria dos casos e das críticas. Uma coisa é ser adversário (num jogo de futebol e que no final os jogadores se confraternizam e trocam de camisas), a outra é ser inimigo (p.ex.: o conflito entre traficantes e os policiais) onde o que se pretende no fim da disputa é destruir moral e mortalmente o outro.
Na minha experiência humana tenho muito o que revelar do que aprendi com a minha voz doce e suave (Gandhi afirmou: “o único tirano que aceito em minha vida é uma voz interior doce e suave”). Todos os homens e todas as mulheres carregam dentro de si duas forças ontológicas que podem se completarem ou se projetarem no mundo criando a guerra ou a paz. É só dar vazão ao lado “crítico” dos grandes ditadores de verdades, que teremos uma sociedade vermelha e banhada de sangue. Por isso, vive melhor aquele que tem amigos para abraçar, sorrir, ajudar, viajar, conversar e transcender juntos na grande e maravilhosa jornada chamada Vida.
Posso imaginar a mente doente daquele que exalta o dia do inimigo porque provavelmente nunca teve uma prova de fato em que seu inimigo (inimigo mesmo!) colocou por um instante a sua vida por um fino fio frágil. Nunca teve uma irmã ameaçada de morte; um filho sequestrado; um parente (ou sua própria esposa)) aleijado por uma bala endereçada para aquele fim. E quem faz tudo isso? Um amigo ou um inimigo? Creio, que escrever é uma arte e requer uma prudência sábia. Escrever qualquer coisa para atacar um adversário de quem não gosta mostra mais uma vez o que Kafka disse: “Da vida se tira vários livros [e blogs], mas dos livros [e dos blogs], com rara exceção, não se retira a vida”. Mostra também que ele não sabe usar a sensibilidade com inteligência. Mostra apenas que sabe usar muito bem o seu ego desastroso e infantil.
Precisamos melhorar nossas visões de mundo porque como disse Platão: “Tente mudar o mundo – o primeiro passo é mudar a [visão de] si mesmo”. A diferença na vida social não está entre o amigo e o inimigo, mas entre o Ego e o Self. Tudo começa lá dentro das nossas consciências em mutação e evolução. Para tanto, faz-se necessário ter um boa formação de filosofia, teologia, sociologia, epistemologia, ética etc. Muitos dos que exaltam a parte desvirtuada do ser humano não tem em seu conteúdo a ética verdadeira e o caminho da sabedoria verdadeira: “orai e vigiai [a si mesmo]”.
Eu não quero mais me alongar nessa discussão, mas apenas contribuir com uma reflexão porque plantamos hoje o que colheremos amanhã. Se plantarmos ego teremos ego matando e justificando sua matança porque assim aprendeu e a sociedade deu seu aval nos canais de comunicação (TV, Rádio, Jornal, Blog etc).
“GENTILEZA GERA GENTILEZA” - famoso e sábio personagem das ruas do Rio de Janeiro, AMOR GERA AMOR, ÓDIO GERA ÓDIO, INIMIZADE GERA INIMIZADE, AMIZADE GERA AMIZADE, VERDADE GERA VERDADE.
Por isso, prefiro a letra da música de Roberto Carlos: “Eu quero ter um milhão de Amigos”. Aos ateus e incrédulos “críticos”: Deus existe nas nossas consciências sutis no interior da natureza humana. Devemos desejar – sempre! – o bem de todos e nunca um mundo de confronto e guerra! A dor pode ser insuportável!
2 comentários:
Comungo contigo os mesmos pensamentos.
Socorro,
Obrigado.....
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