“Os filósofos chineses viam a realidade, a cuja essência primária chamaram tao, como um processo de contínuo fluxo e mudança. Na concepção deles, todos os fenômenos que observamos participam desse processo cósmico e são, pois, intrinsecamente dinâmicos. A principal característica do tao é a natureza cíclica de seu movimento incessante; a natureza, em todos os seus aspectos - tanto os do mundo físico quanto os dos domínios psicológico e social - exibe padrões cíclicos. Os chineses atribuem a essa idéia de padrões cíclicos uma estrutura definida, mediante a introdução dos opostos yin e yang, os dois pólos que fixam os limites para os ciclos de mudança: “Tendo yang atingido seu clímax, retira-se em favor do yin; tendo o yin atingido seu clímax, retira-se em favor do yang””(p.32-33).
CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação: A Ciência, a Sociedade e a Cultura emergente, Cultrix: São Paulo, 1989, p.447.
O Tao é a espontaneidade natural
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Tao)
O conceito de Tao é algo que só pode ser apreendido por intuição. É algo muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe e o que inexiste. Só que nós temos demasiados conceitos dentro da cabeça para o entender como um todo uno.
O Tao é o Caminho da espontaneidade natural. É o que produz todas as coisas que existem. O Te 德 (a Virtude) é o modo de caminhar espontâneo que dá às coisas a sua perfeição.
O Tao não transcende o mundo; o Tao é a totalidade da espontaneidade ou «naturalidade» de todas as coisas. Cada coisa é simplesmente o que é e faz. Por isso, o Tao não faz nada; não precisa de o fazer para que tudo o que deve ser feito seja feito. Mas, ao mesmo tempo, tudo que cada coisa é e faz espontaneamente é o Tao. Por isso, o Tao «faz tudo ao fazer nada».
O Tao produz as coisas e é o Te que as sustenta. As coisas surgem espontaneamente e agem espontaneamente. Cada coisa tem o seu modo espontâneo e natural de ser. E todas as coisas são felizes desde que evoluam de acordo com a sua natureza. São as modificações nas suas naturezas que causam a dor e o sofrimento.
A NOVA CONCEPÃO DA REALIDADE PERCEBIDA PELA FÍSICA QUÂNTICA: O PONTO DE MUTAÇÃO
CAPRA (1989, Idem) descreve esta questão da seguinte forma:
"A nova concepção do universo físico não foi facilmente aceita, em absoluto, pelos cientistas do começo do século. A exploração do mundo atômico e subatômico colocou-os em contato com uma estranha e inesperada realidade que parecia desafiar qualquer descrição coerente. Em seu esforço de apreensão dessa nova realidade, os cientistas tornaram-se irremediavelmente conscientes de que seus conceitos básicos, sua linguagem e todo o seu modo de pensar eram inadequados para descrever fenômenos atômicos. Seus problemas não eram meramente intelectuais; remontavam ao significado de uma intensa crise emocional e, poderíamos dizer, até mesmo existencial. Foi preciso muito tempo para que superassem essa crise, no final, foram recompensados por profundos insights sobre a natureza da matéria e sua relação com a mente humana.
Estou convicto de que, hoje, nossa sociedade como um todo encontra-se numa crise análoga. Podemos ler acerca de suas numerosas manifestações todos os dias nos jornais. Temos taxas elevadas de inflação e desemprego, temos uma crise energética, uma crise na assistência à saúde, poluição e outros desastres ambientais, uma onda crescente de violência e crimes, e assim por diante. A tese básica do presente livro é de que tudo isso são facetas diferentes de uma só crise, que é, essencialmente, uma crise de percepção. Tal como a crise da física na década de 20, ela deriva do fato de estarmos tentando aplicar os conceitos de uma visão de mundo obsoleta - a visão de mundo mecanicista da ciência cartesiana-newtoniana - a uma realidade que já não pode ser entendida em função desses conceitos. Vivemos hoje num mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais são todos interdependentes. Para descrever esse mundo apropriadamente, necessitamos de uma perspectiva ecológica que a visão de mundo cartesiana não nos oferece.
Precisamos, pois, de um novo "paradigma" - uma nova visão da realidade, uma mudança fundamental em nossos pensamentos, percepções e valores" (p.13-14).
Nesse sentido, cabe voltar os olhos para os novos paradigmas da ciência e os velhos valores religiosos cristãos.
"A noção mecanicista segundo a qual a sociedade consiste em unidades isoladas, cada qual a perseguir cegamente seus interesses próprios, não consegue lidar as interligações. Compostos desordenadamente de partes separadas, não coordenadas e, sem embargo, impostos de todas as direções, os sistemas mecanicistas tornaram-se pesados e instáveis. Os antigos modelos de conflito e confronto precisam ceder o passo a novas estruturas de integração dinâmica: estruturas que preservem a identidade dos membros participantes ao mesmo tempo em que os integrem a um todo operante [cooperante] mais amplo.
Em termos globais, vivemos em um mundo de crescente interdependência social, política e econômica. Mesmo os pequenos desvios no interior da sociedade ou de uma parte da sociedade se fazem sentir em todo o mundo. As turbulências no mercado de ações de Tóquio refletem-se em Londres e Nova York. Uma revolução em Beijing suscita esperanças e expectativas na Europa e nas Américas. Os processos de produção das indústrias individuais ou mesmo hábitos domésticos no lar têm efeito direto e duradouro sobre o meio ambiente da Terra. Até o mais privado comportamento dos indivíduos afeta e é afetado pelos padrões sociais em larga escala na sociedade como um todo" (ZOHAR, Donah. Sociedade Quântica. São Paulo: Best Seller. 2000, p.28).
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2 comentários:
O caminhar natural , na busca da perfeição.
Deixar o rio fluir naturalmente....
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