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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 15 de agosto de 2009

FILOSOFIA PERENE - ALDOUS HUXLEY


Segundo ESTON (1989):

"A maioria das visões de mundo descritas, ao surgir, em diferentes eras, adaptou, com freqüência, aspectos de outras culturas. Entretanto, uma delas permaneceu surpreendentemente imutável, desde que foi formulada na Índia, na era védica, por volta de 1500 a. C. Na maioria das culturas esta visão permaneceu sujacente; entretanto, como imagem da humanidade, continua visível de maneira quase inalterada em tantas épocas e lugares, que Aldous Huxley a denominou "Filosofia Perene". Suas características centrais podem ser assim resumidas:

1- Aqueles que a vivenciaram insistem: não se trata de uma filosofia ou metafísica, não é uma ideologia ou crença religiosa, mas sim uma experiência - uma experiência de unicidade, de tal sorte que resolve as polaridades de tempo e espaço. É difícil descrevê-la, porque tem de ser relatada em termos espaço-temporais. Palavras verdadeiras sempre parecem paradoxais, porém não há outro tipo de ensinamento que possa substituí-las (Lao-Tsé)

2- A natureza básica do universo é a consciência, e o indivíduo humano pode participar desta consciência "cósmica". Esta é a Razão de Ser. Para o homem, é um aspecto "superconsciente" ou divino de seu ser, e sua natureza física é uma manifestação da consciência universal.

3- Apesar de o ser humano poder vivenciar ou participar desta consciência cósmica, geralmente opta por não fazê-lo, caminhando pela vida numa espécie de sono hipnótico, tendo a impressão de que está tomando decisões, de que acidentes lhe ocorrem etc. Se, porém, começa a "despertar" e a ver com mais nitidez, principia a perceber que o Self superior conduz este processo.

4- As potencialidades humanas são ilimitadas. Todo o conhecimento, poder e percepção são, em última análise, acessíveis à sua consciência.

5- À medida que uma pessoa percebe esta natureza básica da realidade, ela se motiva para o desenvolvimento e a criatividade e para o movimento na direção do Self superior, tornando-se cada vez mais conduzida por esta consciência maior. O que chamamos de "inspiração" ou "criatividade" é essencialmente uma abertura para a percepção deste processo supremo.
Quando respira através do intelecto é gênio;
quando respira através da vontade é virtude;
quando respira pelo afeto é amor.
(Ralph Waldo Emerson, A Alma Superior)

6- A evolução, que ocorre em nível físico e mental, é dirigida por uma consciência superior, sendo caracterizada pela finalidade. Á medida que o homem eleva o seu nível de consciência participa mais, de modo mais pleno, deste propósito volucionário" (p.15-16).

Continuando a análise de ESTON (1989) temos:

"Se esta visão da humanidade puder ser vivenciada por um número de pessoas maior do que aquele número limitado que aparentemente a compreende através dos séculos, ela poderá proporcionar o necessário sentido de direção, a percepção holística e a compreensão que parecem indispensáveis ao desenvolvimento humano.

Philosofia Perennis: esta expressão foi cunhada por Leibnitz; mas a coisa - a metafísica que reconhece uma Realidade divina verdadeira no mundo das coisas, vidas e mentes; a psicologia que encontra na alma algo semelhante, ou mesmo idêntico à Realidade divina; a ética que coloca finalidade última do homem no conhecimento do Fundamento imanente e transcendente de todo ser - esta coisa é imemorial e universal. Rudimentos da Filosofia Perene podem ser encontrados nas doutrinas tradicionais de povos primitivos em todas as regiões do mundo e, na sua forma plenamente desenvolvida, encontram espaço em cada das religiões superiores. Uma versão deste Fator Comum Supremo, existente em todas as teologias precedentes e subseqüentes, foi registrada pela escrita há mais de 25 séculos e, desde então, o tema inesgotável foi retomado continuamente, do ponto de vista de cada tradição religiosa em todas as principais línguas da Ásia e da Europa.(Aldous Huxley, 1945)" (p.16).

ESTON, Verônica Rapp. "A Visão do Mundo Através dos Tempos",THOT, nº 52, 1989, p.9-17.

3 comentários:

socorro moreira disse...

Amanã é o dia do filósofo. Acertou em cheio !

Bernardo Melgaco disse...

que bom!

Cariricaturas disse...

Parabéns pela escolha do texto.