Aquarela de José Reis "Panorama da Cidade de Crato em 1859" - Esta obra integra o acervo do Museu de Artes Vicente Leite - Foto de Jackson Bantim
“Os viajantes (que compunham a comissão científica) foram bem acolhidos no Crato e demais localidades do Cariri. A todos (os cratenses) causou estranheza, para não dizer espanto, a simplicidade de maneiras dos “doutores” (membros da Comissão) a contrastar violentamente com a arrogância dos donos de engenho e autoridades (do Crato). João Brígido, que ensinava e terçava as armas do jornalismo nessa cidade, ficou encantado com a presença da ilustre companhia e serviu-lhe de cicerone. (...) Gonçalves Dias ficou de tal jeito enamorado da terra (caririense) que projetou comprar um sítio de águas soluçantes e árvores acolhedoras, retiro que lhe permitisse, de quando em quando, esconder-se do mundo. Não concretizou o seu projeto; sonhou-o apenas.”
Bom ressaltar que em 1859, o nível de civilidade da população de Crato já tinha tido início, consoante escreveu o historiador cratense, Irineu Pinheiro, no livro “O Cariri” (1ª edição, 1950, à página, 89):
(Somente) no meado do século XIX, começou a ascender o estalão moral da sociedade de Crato, que podemos considerar padrão de toda a zona caririense. Até então era inferior o nível de moralidade do lugar. Um dos motivos de aperfeiçoamento dos costumes foi a emigração para ali de famílias, especialmente de Icó, cujo esplendor principiava a declinar. Fixaram-se na nova terra fértil, menos sujeita às crises climáticas, enriquecendo-a com seu labor e, portanto, civilizando-a, os Alves Pequenos, os Candeias, os Bilhares, os Garridos, os Linhares, os Gomes de Matos e outros cujas descendências se prolongaram até nós. Frutificaram os bons hábitos familiares dos recém vindos”.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
Em 1859, uma comissão de engenheiros e naturalistas brasileiros visitou o Cariri. Esta comissão, criada por sugestão do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB, contou, desde o lançamento da idéia, com a simpatia do Imperador Dom Pedro II. Este, como é sabido, passou à história não só por suas qualidades de grande estadista – provavelmente o maior entre todos os Chefes de Estado que o Brasil possuiu – mas, também, por ter sido um dos mais valorosos intelectuais brasileiros, na sua época.
Conhecida como “Commissão Scientífica de Exploração” (segundo a grafia da época), era composta por: Francisco Freire Alemão (Botânica); Guilherme Schüch de Capanema (Geológica e Mineralógica); Manoel Ferreira Lagos (Zoológica); Giacomo Raja Gabaglia (Astronômica e Geográfica) e – o famoso poeta – Antônio Gonçalves Dias (Etnográfica e Narrativa da Viagem). Objetivo da Comissão: “ explorar o interior de algumas Províncias, devendo fazer coleções de produtos naturais para o Museu Nacional e para os das Províncias”. Os membros da Comissão chegaram a Crato, no dia 8 de dezembro de 1859, e aqui permaneceram até abril de 1860.
Quanto à receptividade dos cratenses para com os membros da Comissão Científica de Exploração, arrimamo-nos no que escreveu Renato Braga:
Conhecida como “Commissão Scientífica de Exploração” (segundo a grafia da época), era composta por: Francisco Freire Alemão (Botânica); Guilherme Schüch de Capanema (Geológica e Mineralógica); Manoel Ferreira Lagos (Zoológica); Giacomo Raja Gabaglia (Astronômica e Geográfica) e – o famoso poeta – Antônio Gonçalves Dias (Etnográfica e Narrativa da Viagem). Objetivo da Comissão: “ explorar o interior de algumas Províncias, devendo fazer coleções de produtos naturais para o Museu Nacional e para os das Províncias”. Os membros da Comissão chegaram a Crato, no dia 8 de dezembro de 1859, e aqui permaneceram até abril de 1860.
Quanto à receptividade dos cratenses para com os membros da Comissão Científica de Exploração, arrimamo-nos no que escreveu Renato Braga:
“Os viajantes (que compunham a comissão científica) foram bem acolhidos no Crato e demais localidades do Cariri. A todos (os cratenses) causou estranheza, para não dizer espanto, a simplicidade de maneiras dos “doutores” (membros da Comissão) a contrastar violentamente com a arrogância dos donos de engenho e autoridades (do Crato). João Brígido, que ensinava e terçava as armas do jornalismo nessa cidade, ficou encantado com a presença da ilustre companhia e serviu-lhe de cicerone. (...) Gonçalves Dias ficou de tal jeito enamorado da terra (caririense) que projetou comprar um sítio de águas soluçantes e árvores acolhedoras, retiro que lhe permitisse, de quando em quando, esconder-se do mundo. Não concretizou o seu projeto; sonhou-o apenas.”
Bom ressaltar que em 1859, o nível de civilidade da população de Crato já tinha tido início, consoante escreveu o historiador cratense, Irineu Pinheiro, no livro “O Cariri” (1ª edição, 1950, à página, 89):
(Somente) no meado do século XIX, começou a ascender o estalão moral da sociedade de Crato, que podemos considerar padrão de toda a zona caririense. Até então era inferior o nível de moralidade do lugar. Um dos motivos de aperfeiçoamento dos costumes foi a emigração para ali de famílias, especialmente de Icó, cujo esplendor principiava a declinar. Fixaram-se na nova terra fértil, menos sujeita às crises climáticas, enriquecendo-a com seu labor e, portanto, civilizando-a, os Alves Pequenos, os Candeias, os Bilhares, os Garridos, os Linhares, os Gomes de Matos e outros cujas descendências se prolongaram até nós. Frutificaram os bons hábitos familiares dos recém vindos”.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael
2 comentários:
Armando , obrigada por nos trazer a história do Crato.
Agradecemos a colaboração. Todos os seus textos , novos e antigos é do nosso interesse.
Socorro,
Vem mais coisas por aí...
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