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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O jeito de falar Nordestino



Acho de uma ignorância e de uma desinformação fora do normal quando as televisões e o cinema, em suas novelas, séries ou filmes, confundem (ou não se dão ao trabalho de pesquisar) os sotaques ou o jeito de falar das pessoas espalhadas por esses 8,5 milhões de km2 de um Brasil muito grande, principalmente quando tipos nordestinos são apresentados. Cansei de ver atores e atrizes representando pernambucanos com um sotaque não-sei-de-onde (baiano?). Aqui se fala “oxenti”, e não “oxentche”, como no Recôncavo ou no Sul da Bahia. E nós temos um inconfundível “visse”, que os baianos não falam e por aí vai.

Não sei o que pensam os filólogos, mas já andei todo esse Nordeste e posso garantir que o jeito de falar do baiano do sertão é diferente do baiano do Recôncavo e do baiano do Planalto, que é diferente do sergipano e do pernambucano do interior, que se assemelha ao alagoano e ao paraibano, que difere dos habitantes da região do Araripe, que lembra o piauiense, que é diferente do maranhense (esses têm a fama de falar o português mais correto do país), que não tem nada a ver com o cearense, que tem um certo parentesco com o potiguar, que recebeu muita influência pernambucana. Segundo os lingüistas, a região do Recife (aqui é “Ricife”, nunca “Récife”, que é baiano, nem “Rêcife”, como no Sul e Sudeste) tem um falar muito particular, no qual as pessoas às vezes falam com um “s” chiado, semelhante aos cariocas.

Acho que os brasileiros das mais diferentes regiões podem sim ser identificados pelo seu dialeto ou sotaque, sem falar que são tantos vocábulos, expressões da língua local e diferenças lexicais usadas que já deram origem até a dicionários de “baianês”, “pernambuquês”, “cearês” e “nordestinês”. É para prestar atenção!

O fato é que com essa dimensão continental fica até difícil um gaúcho da Campanha entender um nordestino do Cariri, todos brasileiros. E viva a pluralidade dos sotaques, dialetos e regionalismos que são partes da identidade cultural dos povos! Abaixo a dominação dos jeitos carioca e paulista de falar (nada contra os queridos nascidos no Rio e em São Paulo, pelo amor de Deus!) implantado pela televisão!

tags: Recife PE cultura-e-sociedade lingua-portuguesa sotaques dialetos
Por Josué

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