Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ziraldo Alves Pinto


"Ziraldo Alves Pinto, nascido em Caratinga, MG, em 1932, talvez seja o único escritor do mundo a desfrutar a honra de ter um de seus títulos comparados à lua por ninguém menos que Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar o respectivo satélite, que disse: "The moon is Flicts". Polivalente, esse autor de livros infantis tem uma longa trajetória como artista gráfico, humorista, ilustrador, cartunista, caricaturista, dramaturgo e jornalista. Ele foi o primeiro a criar uma revista de história em quadrinhos brasileira, reunindo todos os bichos do folclore nacional, um pequeno índio e o Saci-Pererê, que, sendo o mais importante mito popular do país, deu título à publicação. Sua consagração total chegou com o lançamento de ‘O Menino Maluquinho’, lido e admirado por milhões de crianças de várias gerações que ainda tiveram a alegria de assisti-lo em duas versões para o cinema. Durante a ditadura militar, Ziraldo participou da resistência política, fundando, com outros humoristas, o mais importante jornal não-conformista da imprensa brasileira, o ‘Pasquim’. "
obras
Flicts (1969)
Turma do Pererê (1973)
O Planeta Lilás (1979)
O Menino Maluquinho (1980)
As Anedotinhas do Bichinho da Maçã (1994)
Uma Historinha sem um Sentido (1994)
Tia Nota Dez (1995)
O Menino do Rio Doce (1997)
O Calcanhar de Aquiles (1998)
Outro como eu Só Daqui a Mil Anos (1999)
500 Anos de Anedotas de Português (2000)
Rolando de Rir (2001)

Em qualquer lugar do mundo algumas celebridades brasileiras seriam elevadas à condição de gênios e teriam estátuas, escolas com seus nomes, avenidas em sua homenagem ou, até mesmo, teriam seus trabalhos difundidos mundo afora. Normalmente isso acontece em nosso país quando as referidas celebridades morrem. Não deveria ser assim. O reconhecimento a obras de grande qualidade em qualquer setor da produção humana deveria render a seus realizadores, durante suas vidas, a estima e a valorização que normalmente percebemos em países mais desenvolvidos.

Por tudo aquilo que conseguiram produzir em suas carreiras isso poderia acontecer, por exemplo, com personalidades como Zagallo, Maurício de Souza, Lúcio Costa, Jorge Amado ou Ziraldo (entre muitos outros brasileiros notáveis).

Ziraldo, por exemplo, é o pai de um dos maiores fenômenos da literatura brasileira, “O Menino Maluquinho”. Criou também toda uma turma de personagens derivados da riqueza e da diversidade próprias de nossa cultura, de nosso país. Valorizou a vida simples, do homem do interior, das cidades pequenas de Minas Gerais (que se parecem tanto com as cidades do Vale do Paraíba, onde moro).

Não podemos considerar Ziraldo apenas como um desenhista, quadrinista ou cartunista. Ele ultrapassou as fronteiras que delimitam o trabalho desses artistas e criadores e se tornou uma referência para quem lida com crianças, com a infância. Isso inclui, por exemplo, os educadores.

Além de toda a qualidade artística de seu trabalho, há alguns outros segredos para o sucesso de Ziraldo. Obviamente não conheço todos eles, mas não dá para deixar de reconhecer que pelo menos duas características marcantes auxiliaram muito em sua vitoriosa carreira, ou sejam, a simplicidade e a sensibilidade.

A simplicidade do homem que nasceu no interior, que ganhou a cidade grande, que conquistou espaço em setores de criação e produção extremamente competitivos e restritos e que, no entanto, jamais renegou suas raízes, suas origens e o cheirinho peculiar da roça, o relevo das ruas de paralelepípedos, as bancas de secos e molhados dos mercadões ou a gostosa conversa entre vizinhos, parentes e amigos...

A sensibilidade de quem se manteve sintonizado com o universo infantil através dos anos mesmo com o advento dos cabelos brancos. Filhos e netos com certeza colaboraram muito para que isso acontecesse, entretanto, não dá para deixar de reconhecer que muito dessa candura das crianças pertence mesmo ao próprio Ziraldo...

Isso tudo, resumido e representado por toda a obra composta com seus personagens ao longo dos anos já seria suficiente para erigir as tais estátuas de Ziraldo ou ainda de dar seu nome a escolas ou avenidas. Agora, para que possamos conhecer um pouco melhor a vida e a obra desse notável brasileiro, destacamos em nossa coluna Dicas de Navegação, o site do Ziraldo (www.ziraldo.com.br).

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