Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bisaflor conta histórias - Por Stela Siebra Brito

Numa roda de leitura de poesias e histórias, Bisaflor apresentou o livro DE FIO EM FIO A HISTÓRIA SE DESFIA, escrito por Elvira Drummond e ilustrado por Selma Ginez e Marisol Albano Ginez.



















Numa respeitável família de aranhas,
nasceram lindas aranhinhas, criadas com
mimos e manhas.

Vinham de uma família de aranhas-tecelãs,
famosas por tecerem noite adentro até raiar a manhã.

Tinha a Ticiana, que tecia lindos fios,
com desenho bem bacana.

Tinha também a Constança, que, quando faltava fio,
fiava a própria trança.

E tinha a aranha Gracinha, que era mesmo uma graça!...
Dizia pras suas irmãs: - Fiando a tristeza passa!

O amor é de fato um santo remédio.
O que se faz com prazer espanta a tristeza e o tédio.

Bem... mas, no meio de aranhas afiadas no ofício de fiar,
havia alguém desconfiada por não saber fiar nada.

Estamos falando da Tércia - uma aranha com muita
imaginação e cheia de peripécias.

Mas Tércia se enrolava toda no fio na hora de tecer,
e olha que "se enrolar" não é só um jeito de dizer.

Assim, a cada lição, era aquela chateação!...

Na lição de esticar o fio, Tércia não dava um pio.
E esticava as pernas num ballet lindo de vê,
saltando com muita graça e fazendo demi-plié.

Na lição de enrolar o fio, dava até calafrio.
Tércia enrolava mesmo era o tempo, inventando
novos passatempos.

Na lição de cruzar o fio, Tércia sentia um arrepio.
E fazia palavras cruzadas pra não ficar entediada.

Um dia foi dar um passeio e, encantada,
parou bem no meio de uma porta escancarada.

Lá estava bem sentada uma mulher que trabalhava.
Enquanto fazia renda, entoava uma cantilena.

Os fios iam dançando a música que os bilros tocavam.

A voz suave da moça acompanhava seus dedos, que
animados valsavam.

Tércia maravilhada admirou seus fiar.
E foi dando aquela vontade de com fios trabalhar.

Foi-se chegando pra porta e, como a boa mulher
pareceu não se importar, tratou de entrar e olhar.

Logo, logo, começou a imitar a mulher, que lhe
inspirou confiança. E ensaiou passo a passo cada
fio que cruzava, formando uma bela trança.

E foi assim que a aranha Tércia virou a melhor tecelã,
bordando as mais lindas teias e ganhando muitos fãs.

E quanto à mulher rendeira, por incrível que pareça,
tudo indica que a Tércia também mudou sua cabeça.

Pois logo seu novo trabalho chegou pra vender no mercado.
E, entre "Ohs e Ahs",foi bastante apreciado.


















Entrou pela perna do pinto, saiu pela perna do pato.
Passou pelas pernas da aranha, que tece com arte, de fato.

Um comentário:

socorro moreira disse...

A literatura infantil é ainda por demais preciosa para mim. A leitura que eu nunca deixei para trás. Ela renova-me ! E graças à Bisaflor estamos sendo bem alimentadas !

Abraços , doceflor!