Quando estiveres por um fio
sê o mito -
e quando te sentires gigante
procura debaixo das unhas
a terra úmida de tua cova.
Ao outro agradece
pelo caminho indicado
pelo abraço forte
pela tenra lágrima
mas somente tu és o responsável
pelos gravetos na floresta
pelo fogo no teu ventre
pela chama que sobe
até as nuvens.
Não permitas ao outro
o direito sobre
tua alma intrigante
o corpo molenga
a mente aturdida.
Deixa claro
que mesmo após tua morte
ao outro cabe apenas as alças
do teu ataúde -
quiça uma coroa de plástico
e um sorriso.
Assim, amarás de verdade
o outro que te ama.
Ou (tens a liberdade)
junta todas essas palavras
e à fogueira que acendeste
lança-as, pula, festeja.
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