Diário do Nordeste
quinta-feira 5/11/2009
A RELAÇÃO DO SER humano com os recursos hídricos foi destacada em variados aspectos pelas pesquisadoras do Projeto Água pra que te quero
Foto: NÍVEA UCHÔA
Em pleno século XXI, famílias ainda dependem de carros-pipas no semiárido brasileiro
5/11/2009
Pesquisadores concluem primeira etapa de projeto fotográfico em bacias hidrográficas localizadas no Interior do Estado
Quixadá.
A RELAÇÃO DO SER humano com os recursos hídricos foi destacada em variados aspectos pelas pesquisadoras do Projeto Água pra que te quero
Foto: NÍVEA UCHÔA
Em pleno século XXI, famílias ainda dependem de carros-pipas no semiárido brasileiro
5/11/2009
Pesquisadores concluem primeira etapa de projeto fotográfico em bacias hidrográficas localizadas no Interior do Estado
Quixadá.
O uso da água no cotidiano urbano e rural. A equipe da Poesia da Luz, instituição voltada à promoção de atividades audiovisuais com sede no Cariri, acaba de concluir a primeira etapa do Projeto Água pra que te quero!, um diagnóstico da utilização dos recursos hídricos nas bacias do Banabuiú, Alto Jaguaribe e Salgado. A documentação fotográfica e o mapeamento social na primeira delas, a do Banabuiú, constatam a precariedade do abastecimento de água encanada na zona rural e a falta de consciência sobre o desperdício do líquido. A maioria da população carece de orientação acerca do uso racional desse recurso natural.
Foram entrevistadas 105 famílias de Banabuiú, Boa Viagem, Monsenhor Tabosa e Quixadá. A maior parte do levantamento foi feito em áreas rurais, com 94 delas. Além do desperdício e do desconhecimento de como evitá-lo, o despejo de lixo, o desmatamento da mata ciliar, as queimadas, a retirada de areia para a construção civil e até a lavagem de roupas, de transportes e de animais, foram constatados como complicadores do diagnóstico negativo. Foi detectada uma grande carência de informações e, ainda, falta de capacitação sobre o tema meio ambiente.
As pesquisadoras também identificaram algumas práticas positivas. As técnicas de cultivo em algumas comunidades foram consideradas viáveis e sustentáveis. Em Monsenhor Tabosa comunidades estão recebendo capacitação para o desenvolvimento de quintais produtivos, com o uso racional da água por meio de gotejamento e mandalas. Demonstram consciência do uso correto da água. Os entrevistados se mostraram sensíveis à questão. Mesmo sem saber exatamente o que pode ser feito, demonstraram interesse em colaborar com o uso racional do recurso natural, todavia confessaram a necessidade de orientação, segundo a pesquisa.
Os investimentos feitos pelos governos na construção de açudes, cisternas, cacimbas e poços são elogiados. Têm minimizado consideravelmente o sofrimento na zona rural com a falta de água, em especial, quem vive isolado dos centros urbanos. Todavia, nas localidades visitadas foi recorrente o desconhecimento dos Comitês de Bacias implantados nas regiões.
Importância da preservação da água
"É a etnografia de um tempo no século XXI. Pessoas ainda tomam água de carro-pipa"
Nívea Uchôa
38 ANOS
Fotógrafa
Idealizadora do projeto
Mais Informações:
Projeto Água pra que te quero!
ONG Poesia da Luz, (85) 9612 .9938
www.aguapraquetequero.blogspot.com
Cregional@diariodonordeste.com.br
DEMANDAS SOCIAIS
Educação Ambiental deve ser prioridade
Quixadá. A coordenadora do Projeto Água Pra Que Te Quero!, Cris Vale, diz que a pesquisa revelou a necessidade de um programa permanente, extensivo e inclusivo sobre Educação Ambiental, especialmente sobre a questão da água e do lixo a ser implantado no ambiente rural e urbano, devido ao grande desconhecimento do assunto pela população. "O tema sobre a falta de água ainda é visto como uma responsabilidade apenas dos governos, o que faz com que a população não se sinta responsável também por essa questão. A causa das enchentes é atribuída muito mais a vontade divina do que a ação do homem contra a natureza", ressaltou.
A idealizadora e fotógrafa do Projeto, Nívia Uchôa, o expõe como um olhar viajante sobre a problemática. "São os porquês que queremos saber. As pessoas dos lugares por onde andamos são infieis à água, sobretudo, pelo seu não cuidar", afirma.
A iniciativa tem o apoio institucional da Semace, com a participação de uma equipe da Coordenadoria de Extensão e Educação Ambiental, apresentando palestras sobre o meio ambiente nas cidades visitadas.
Encerramento
A próxima etapa do estudo deverá estar concluída no dia 17. Os resultados serão apresentados em Orós, finalizando a documentação e pesquisa na Bacia do Alto Jaguaribe, a segunda do cronograma de atividades. Os trabalhos finais do Projeto estão previstos para 20 de dezembro, em Brejo Santo, região da Bacia do Salgado. Em seguida todo o material colhido será transformado em um "Caderno de Viagem", uma edição especial a ser distribuída nas bibliotecas do Ceará, em maio de 2010.
ALEX PIMENTEL
Colaborador
Foram entrevistadas 105 famílias de Banabuiú, Boa Viagem, Monsenhor Tabosa e Quixadá. A maior parte do levantamento foi feito em áreas rurais, com 94 delas. Além do desperdício e do desconhecimento de como evitá-lo, o despejo de lixo, o desmatamento da mata ciliar, as queimadas, a retirada de areia para a construção civil e até a lavagem de roupas, de transportes e de animais, foram constatados como complicadores do diagnóstico negativo. Foi detectada uma grande carência de informações e, ainda, falta de capacitação sobre o tema meio ambiente.
As pesquisadoras também identificaram algumas práticas positivas. As técnicas de cultivo em algumas comunidades foram consideradas viáveis e sustentáveis. Em Monsenhor Tabosa comunidades estão recebendo capacitação para o desenvolvimento de quintais produtivos, com o uso racional da água por meio de gotejamento e mandalas. Demonstram consciência do uso correto da água. Os entrevistados se mostraram sensíveis à questão. Mesmo sem saber exatamente o que pode ser feito, demonstraram interesse em colaborar com o uso racional do recurso natural, todavia confessaram a necessidade de orientação, segundo a pesquisa.
Os investimentos feitos pelos governos na construção de açudes, cisternas, cacimbas e poços são elogiados. Têm minimizado consideravelmente o sofrimento na zona rural com a falta de água, em especial, quem vive isolado dos centros urbanos. Todavia, nas localidades visitadas foi recorrente o desconhecimento dos Comitês de Bacias implantados nas regiões.
Importância da preservação da água
"É a etnografia de um tempo no século XXI. Pessoas ainda tomam água de carro-pipa"
Nívea Uchôa
38 ANOS
Fotógrafa
Idealizadora do projeto
Mais Informações:
Projeto Água pra que te quero!
ONG Poesia da Luz, (85) 9612 .9938
www.aguapraquetequero.blogspot.com
Cregional@diariodonordeste.com.br
DEMANDAS SOCIAIS
Educação Ambiental deve ser prioridade
Quixadá. A coordenadora do Projeto Água Pra Que Te Quero!, Cris Vale, diz que a pesquisa revelou a necessidade de um programa permanente, extensivo e inclusivo sobre Educação Ambiental, especialmente sobre a questão da água e do lixo a ser implantado no ambiente rural e urbano, devido ao grande desconhecimento do assunto pela população. "O tema sobre a falta de água ainda é visto como uma responsabilidade apenas dos governos, o que faz com que a população não se sinta responsável também por essa questão. A causa das enchentes é atribuída muito mais a vontade divina do que a ação do homem contra a natureza", ressaltou.
A idealizadora e fotógrafa do Projeto, Nívia Uchôa, o expõe como um olhar viajante sobre a problemática. "São os porquês que queremos saber. As pessoas dos lugares por onde andamos são infieis à água, sobretudo, pelo seu não cuidar", afirma.
A iniciativa tem o apoio institucional da Semace, com a participação de uma equipe da Coordenadoria de Extensão e Educação Ambiental, apresentando palestras sobre o meio ambiente nas cidades visitadas.
Encerramento
A próxima etapa do estudo deverá estar concluída no dia 17. Os resultados serão apresentados em Orós, finalizando a documentação e pesquisa na Bacia do Alto Jaguaribe, a segunda do cronograma de atividades. Os trabalhos finais do Projeto estão previstos para 20 de dezembro, em Brejo Santo, região da Bacia do Salgado. Em seguida todo o material colhido será transformado em um "Caderno de Viagem", uma edição especial a ser distribuída nas bibliotecas do Ceará, em maio de 2010.
ALEX PIMENTEL
Colaborador
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