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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 8 de novembro de 2009

Um pedaço apenas de chocolate - Por Rosa Guerrera


Abrí hoje um caderno onde por muito tempo arquivei pensamentos. E o poeta Carlos Pena Filho me caiu ás mãos, no pedido mais lindo em todo o seu azul de espera , chopes, amor, vida e morte. Dizia ele que , gostaria muito : “ que no dia da sua morte, alguém sentasse num banco de jardim e comesse calmamente um chocolate’. Com que serenidade esse homem esperava o passo final de todos os homens ! Como seria bom se soubessemos nos mais tristes e amargos momentos do destino, comer um pedaço de chocolate num banco de jardim! Quem sabe assim não encarássemos com um olhar mais doce os revezes do destino ! Vivemos tão avidamente o dia a dia , esquecemos tanto a poesia, dificultamos tanto nossos relacionamentos que os amores acontecem , vivem e morrem sem que tenhamos um minuto dedicado aos seus verdadeiros valores. E a medida que vamos correndo em busca de alguma coisa que muitas vezes nem sabemos o seu perfil, o tempo , esse eterno clandestino , vai se infiltrando nos nossos dias e nas nossas noites , e quando despertamos para a realidade , é que compreendemos que construímos com as nossas próprias mãos o vazio ou a espera. E tudo isso porque não sabemos saborear um chocolate num banco de jardim... Hoje analisando mais uma vez esse grande poeta , ou até talvez motivada por essa sábia frase, eu vou sair por aí ... caminhando sem identidade , sem mágoas, sem olhar nuvens cinzas no céu da minha vida . E como uma forasteira dentro da minha cidade . vou procurar um banco de praça , e comer também calmamente um pedaço de chocolate. Quem sabe assim eu não consiga alcançar o azul de Carlos Pena e entender finalmente que a felicidade bem que pode ser encontrada nas coisas mais simples da vida . Talvez até nesse pedaço de chocolate que resolvi saborear hoje nesse banco de praça , onde tantas vezes passei sem prestar atenção ao seu convite . Quem sabe !

por rosa guerrera

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