vários homens reunidos se abraçam
tocam-se os rostos, mãos que se apertam,
algum tempo depois estão descendo
uma pequena trilha, conduzindo
o corpo de um amigo, de silêncio
coberto, uma vida que a morte
de cabelo no ombro, como tatuagem,
com sorriso de vinho tinto, corta
com delicada lâmina e expertise
que tarde é essa?
ninguém ergue os olhos e vê as poucas
nuvens indiferentes, as mulheres
seguem, olhos no chão com esses homens
constrangidos com a falta do amigo
que em minutos será sua solidão
grande a solidão de cada morto!
logo subirão todos pela trilha,
ligarão os motores, perfurado
um círculo se forma entre eles
sem sorriso, a tristeza da tarde
num cemitério frio no verão,
um bastidor da dor em cada homem,
cada mulher cansada de pré-estreias
do amor que nunca vem na cor do sol
Chagas
3 comentários:
Você escreve e sensibiliza, Chagas...
É sempre bom tê-lo presente por aqui...
Abraço,
Claude
Sabe, Claude, eu fico contente quando alguém como você gosta do que escrevi. Fica aquela satisfação de ter estabelecido uma sintonia.
Abraço.
Chagas,
As palavras nos fazem sintonizar. Gostamos de senti-las e degustá-las quando elas tocam nossa sensibilidade.
Abraço,
Claude
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