Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 14 de março de 2010

A poesia de Lupeu Lacerda

Há em você, um profundo apego pelos contrastes
Os opostos, vão sempre lhe causar fascínio
A volubilidade lhe domina, confesse
A coerência é uma bolacha com gosto de ontem!
O silencio lhe acalma, mas é seu grito a necessidade primeira
A verdade faz sua cabeça, mas a mentira brinca no seu palco,
E é perfeita!
Sua distração é marca, totem, mas sua esperteza brilha
Estrela de primeira grandeza em um céu escolhido na véspera
Quando tranqüila, um desastre! Mas mãos divinas quando quer fazer
Certo sempre! Mas o errado é um amigo bacana, quê que tem falar com ele?
Que o mundo esteja certo, mas suas dúvidas te estimulam
E você diz: “penso antes de agir”
Mas a impulsividade é teu verbo conjugado em primeira pessoa
Reta? Pode até ser. Mas o caminho torto tem seus encantos
Discreta, por natureza.
Mas irreverente até o tutano.
A pobreza dos filhos da puta que não sabiam qualé? Te comove
Mas o dinheiro te excita: é uma montanha! Uma praia! Um sonho em tecnicolor!
A bondade, esta em você, mas ser má (de vez em quando)
Te faz muito bem, eu sei
Chora? Talvez. Mas é alegria que te move.
Responsável? Sempre! Mas sempre pronta a mandar tudo pro inferno
Romântica? Sim, num filme bacana, num beijo bacana,
Mas a razão é teu deus mais que perfeito
É um poço de pureza, e tem o pecado como o doce na prateleira, bom de pegar
Você é, exatamente
O que você não é
exatamente

.

O coração é um móvel estranho que
não cabe na sala
Que se esconde
no peito
Que não posso pegar
na minha mão
Nem polir com uma
flanela amarela
Mas é ele quem dita meu
poema
E que manda minha mão
escrever
Minha derradeira carta
De amor
.
E nem vem dizer
Que o tempo é fechadura sem chave
Porque chove
E quando chove tudo fica triste, ou então
alegre.
E quando alegre, tudo o mais vira traste, porque chove, porque molha
E quando molha é sempre mais difícil
engolir
Um discurso fleuma, flácido, porque triste
E nem vem dizer
Que o imortal amor morre de parto
Porque parto
E quando parto, ou partem, fica tudo em pedacinhos
Como docinhos, azedinhos, porque amores, porque partidos
E quando partidos, tudo fica indivisível, porque chove
E a chave
Perdeu-se entre os trastes, das fechaduras tristes
Postado por lupeu lacerda às 9:23 PM 0 comentários
de vez em quando acerto numa foto
e fica umas paradas bacanas.
estando afim, dá uma olhada:

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