Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 7 de abril de 2010

A POESIA DE JOSÉ AUGUSTO SIEBRA 1881-1960

QUATRO HORAS DA MANHÃ

Nesta hora me levanto,
Como é linda a natureza!
O galo solta seu canto,
A lua no céu acesa.

Chama o sol o caburé,
Gargalha o gordo jacu,
Qual sentinela de fé
Apita logo a nambu.

Muge a vaca no chiqueiro
E vai da cama se erguendo.
Se levanta o bom vaqueiro
E vem na cuia batendo.

Vai o céu iluminando
Seu manto de pedraria
As estrelas se apagando
Para dar entrada ao dia.

Nas árvores frondosas
Solta seu canto o xexéu
E as estrelas medrosas
Vão se escondendo no céu.

Surge além no horizonte
O incêndio da alvorada
Doura a cabeça do monte
Sua noiva coroada.

Vem o sol com seus eflúvios
E seu raio que mais brilha,
Vai coroando de luz
A fronte de minha filha.

As avezinhas garbosas
Vão desprendendo seu canto
E saudando com firmeza
O lindo festão do campo.


A poesia de José Augusto Siebra é deleite para nossa alma; dá pra fechar os olhos e ficar imaginando o espetáculo do dia chegando, lá no sítio Malhada, onde ele vivia, e usufruirmos, também, da beleza e harminia da natureza. Fico sempre muito tocada pela poesia do meu avô, feliz, feliz, pois seus versos me preenchem a alma. Por isso quero compartilhar com todos que navegam no Cariricaturas esse momento de doce ternura.
Stela Siebra Brito

Um comentário:

socorro moreira disse...

Comungo dos teus sentimentos, Stela !

Grande abraço.