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O gari verde
O gari verde não madura nunca
Para que a sua dor não se perceba.
Empurra o seu carrinho com a cacunda,
Empurra a dor adunca da limpeza
Com a vassoura e o ancinho da desgraça.
Ninguém vê o gari verde sofrendo,
Gemendo como se fizesse graça.
O gari vai da Praia de Iracema
À Volta da Jurema se apagando.
A calça curta verde, as meias verdes
Com a camisa azul-e-verde vão
Compondo a imagem do gari doendo
Por onde passa, para a Fortaleza
Bela brilhar ao sol como as palmeiras.
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2 comentários:
Carlos Brandão,
Seja bem vindo ao nosso meio. Estamos honrados em tê-lo por aqui.
Estamos acrescidos com mais um valor poético.
Cariricaturas agradece !
Poeta que arrepia !
- Obrigada, Nicodemos !
Abraços , Brandão !
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