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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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domingo, 15 de agosto de 2010

ENCONTRO COM DEUS - por Daniel Hubert Bloc Boris ( Jacques)



ENCONTRO COM DEUS

Toc toc.
_ Quem é?
_ Sou eu mãe !
_Seu filho, trazendo um saco cheio,de esperança e felicidade.
_Por onde andou?
_Andei comigo mesmo,
com os falsos amigos,com a tristeza,com a covardia, com o desencanto e o desalento, andei perambulando pelas sarjetas, pelos becos escuros, dos bares da vida, andei com o desprezo, com o orgulho, com as más companhias, com a fome e a sede, até que um dia, parei cansado...
Sem saber onde me encontrava, sentei na coxia da rua e fiquei a pensar !
Quem sou eu ?
O que fiz comigo mesmo?
Cadê meus amigos,?
Que outrora estavam à minha mesa sorrindo, bebendo,comendo dando tapinhas nas minhas costas, dizendo: esse é o cara !
Sozinho e desolado do mundo, olhei para dentro de mim mesmo e comecei a chorar.
Roguei a Deus e a Nossa Senhora, mas o silêncio era absoluto.
Comecei a rezar e rezar, mais uma vez, o silêncio era absoluto !
Rezei, rezei orei com toda minha fé.
Estava muito cansado, minha vista foi escurecendo nesse momento.
Busquei o resto de forças que ainda tinha para levantar-me, ainda com a vista turva e meio tonto, senti uma mão segurando o meu braço, ainda sem enxergar nada, disse à pessoa que me ajudava.
Pode deixar, eu estou bem...
A pessoa ao meu lado disse: ” O teu orgulho” lhe trouxe até aqui.
Senta-te no sentido contrário do caminho que tu vieste, e descansa.
Ao acordar serás um novo homem e terás um novo caminho.
Ainda segurando meu braço, essa pessoa colocou-me no sentido contrário do meu caminho e ajudou-me a sentar.
Nesse momento na escuridão da minha vista se dá um ponto de luz azul esverdeada vindo e crescendo em minha direção, uma luz translúcida, trazendo com ela um vento morno e ventilado ao mesmo tempo , de repente me vejo em pé , ao meu redor tudo escuro, na minha frente aquela luz magnífica, de cor deslumbrante e suave.
Sinto nesse momento o meu corpo adormecido e da luz começam a aparecer imagens:
apareceu meu pai e minha mãe de mãos dadas, depois apareceu uma criança sorrindo, apareceu um homem sozinho, todo suado construindo um castelo, apareceu uma mulher dando de mamar a duas crianças, uma negra e outra branca, apareceu uma cruz inacabada com as ferramentas ao seu redor , apareceu uma igreja cheia de animais e por último apareceram dois caminhos bifurcados totalmente iguais, e neles tinha uma única placa dizendo:
Você é quem faz o seu caminho.
Mal li a placa, a luz foi se apagando lentamente.
Ao acordar, ainda meio tonto, levantei-me e quando dei o primeiro passo, pisei de mau jeito e caí,
quando um velho esmolé com os olhos castanhos cor de mel e avermelhados, todo sujo e fedorento deu-me a sua mão e ajudou-me a levantar.
Perguntei onde eu estava, ele me respondeu:
-Onde você estava eu não sei, mas sei para onde vai.
Perguntei novamente então: pra onde vou?
Ele tocou-me no rosto com a mão suja, mas suave e disse com lagrimas nos olhos:
Você descobriu o seu verdadeiro caminho, a sua Família.
Então ele pediu-me para ajudá-lo a sentar, quando terminei de ajudá-lo, ele me pediu uma esmola, abri minha carteira, procurei umas moedas, mas só tinha uma de cinco centavos e uma cédula de dez reais, tive vergonha de dar a moeda de cinco centavos, retirei então a cédula de dez e lhe entreguei, e ele disse:
-Me dê a moeda de cinco centavos, que para mim é o suficiente e os dez reais lhe faltarão. Não sei como, mas ele sabia que eu tinha essa moeda, então entreguei-a.
Ele disse: agora vá!
Dei uns três ou quatro passos quando ele disse:
"não foi um sonho" e sorriu para mim, dei mas dois ou três passos e virei-me para agradecer-lhe
mas ele já não se encontrava lá.
Quando cheguei na calçada, na porta da minha casa, encontrei uma moeda de cinco centavos.
Reencontrei-me comigo mesmo.
Esse é o meu novo caminho.
A minha Família e os verdadeiros amigos.
Obrigado Mãe Maria Mãe.
Obrigado meu Deus.


Daniel Hubert Bloc Boris ( Jacques)

6 comentários:

Anônimo disse...

Lindo esse relato, Jacques! Parabéns!

Daniel Boris (Jacques) disse...

Querida Magali,que bom, que você gostou,obrigado e um beijo no seu coração.

Liduina Belchior disse...

Jacques,

Que lindo ENCONTRO. Texto: maravilhoso;sensibilidade nota 10!

Abraços: Liduina.

Daniel Boris (Jacques) disse...

Obrigadão mesmo querida,abraços.

Edilma disse...

Irmão,
Se foi sonho ou não, que importa...
Disse tudo maravilhosamente belo.

Beijo!

Daniel Boris (Jacques) disse...

Edilma:quando sonhamos já é meia realidade,e a outra metade só depende de nós. Obrigado mana, beijos.