Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Luiz Barbosa - por Norma Hauer

Foi no dia 8 de outubro de 1938, com apenas 28 anos , que faleceu o cantor LUIZ BARBOSA, irmão do humorista e cantor Barbosa Júnior e do compositor Paulo Barbosa.
Ele nascera em 8 de julho de 1910.

Bem antes de Moreira da Silva, criou sambas de breque, nos quais se acompanhava com seu instrumento: um "chapéu de palha".

Luiz Barbosa estreou no rádio, em 1931, no programa Valdo Abreu, na Rádio Mayrink Veiga. Esse programa foi, talvez, o primeiro montado no rádio, antes do famoso Programa Casé, no qual ele também atuou.

Quando Cesar Ladeira assumiu a direção artística da Mayrink, deu a Luiz Barbosa a denominação de "Chevalier do Samba". Isso porque Luiz Barbosa cantava de modo sinclopado, como o cantor e ator francês Maurice Chevalier, famoso na época.

Suas primeiras gravações ocorreram no próprio ano de 1931,com "Meu Santo" e “Silêncio” (de Vadico, sozinho, sem seu companheiro Noel Rosa) e "Sou Jogador”, de sua autoria.

Começou a fazer sucesso quando gravou, de Nássara e Orestes Barbosa, o samba "Caixa Econômica". Por causa desse samba, no Centenário de Orestes (em 1994) a Caixa Econômica apresentou, em sua agência no Boulevard, um "show" com composições de Orestes, ao qual compareceu, pela última vez aqui no Rio, o cantor Sílvio Caldas.

Bom, mas vamos a Luiz Barbosa. Sua carreira (e sua vida) foram curtas, mas ele gravou vários sucessos, como "Lalá e Lelé";"Risoleta";"Perdi a Confiança";"Já Paguei Meus Pecados"e duas inspiradas em ditos populares:"Quem Nunca Comeu Melado" e "Cadê o Toucinho?".
Na época áurea do Programa Casé havia uma drogaria no Largo de São Francisco, de nome "Drogaria Sul Americana", que fazia propaganda assim: "Ó, Ó, Ó Não!-A Drogaria Sul Americana é a mais barateira do Brasil". Utilizando esse anúncio, Luiz Barbosa gravou um samba intitulado "Oh, Oh Oh, Não!".

Foram dois os grandes sucessos de Luiz Barbosa:o samba de Braguinha e Alberto Ribeiro"Seu Libório" e o de Ari Barroso, "No Tabuleiro da Baiana ", em dupla com Carmen Miranda.

O samba "Seu Libório" marcou muito sua carreira. Em todos os lugares onde ele se apresentava tinha de cantar "Seu Libório", chegando a ficar conhecido por esse nome.
Mas, por um desses motivos sem explicação que ocorriam no meio radiofônico, Luiz Barbosa não gravou "Seu Libório". Quem o fez, alguns anos depois, foi Vassourinha, outro cantor que viveu pouco.

No filme "Alô, Alô Carnaval" Luiz Barbosa aparece cantando "Seu Libório", sendo esse o único registro que se tem desse samba em sua voz.

Antes de gravar o samba "No Tabuleiro da Baiana", Luiz o cantava em um show no Teatro Carlos Gomes, para onde foi levado por Jardel Járcolis.

Esse samba ("No Tabuleiro da Baiana" ) que representou grande sucesso na voz de Luiz Barbosa em dupla com Carmen Miranda, "deu" seu nome ao abrigo que era o ponto final dos bondes da Zona Sul, ali entre a Avenida Treze de Maio e a Rua Senador Dantas. Demolido após o fim do serviços de bondes aqui no Rio.

Como todo "bom farrista", de noitadas no bairro da Lapa, Luiz Barbosa adquiriu a doença então na moda: tuberculose e faleceu em 8 de outubro de 1938.
norma

Nenhum comentário: