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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MEU TIME PREDILETO - por Pedro Esmeraldo

Quando no tempo de criança, comecei a interessar-me pelo futebol e apreciar o time do Botafogo.

Naquela época, havia no time um grande jogador, “Heleno de Freitas”. Devido às suas jogadas geniais, às vezes com intrepidez numa movimentação da bola, era um jogador versátil, técnico e impetuoso.

Era um craque na acepção da palavra, não titubeava, era sóbrio, sem medo de enfrentar o adversário.

Quanto tinha interesse de ouvir partida de futebol, ligava o rádio de meu pai, ouvia uma das narrações do locutor Antônio Cordeiro, das quais configuravam os times do Botafogo e Vasco, ou em outra ocasião ouvia a narração do Botafogo e Flamengo. Sempre deslumbrava com as perícias do craque Heleno fazendo gols, a maioria de cabeça. Nesses dois times, que considerava dois grandes fregueses do Botafogo.

A partir daí, fiquei um fiel torcedor desse time e passei a praticar esporte de pelada no terreiro de minha casa.

Heleno era muito temperamental e por sua maneira intempestiva criava complicações raivosas em toda equipe futebolística. Por várias vezes, era expulso de campo por sua indisciplina.

Heleno deixa o Botafogo e foi se alojar no Vasco da Gama. Tempos depois a gente tomou conhecimento do falecimento de Heleno, talvez tenha sido por forte complicação raivosa que acarretou o embaraço físico em sua saúde.

Após a saída de Heleno, apareceram outros craques de renome no time do Botafogo, como a figura enciclopedista de Nilton Santos, a quem considero o maior jogador de defesa do Brasil de todos os tempos e outras figuras, como o endiabrado Garrincha, “o homem das pernas tortas”, que fazia miséria quando jogava com o Flamengo ou o Vasco, deixando todos com olhar pateta diante da platéia que freqüentava o Maracanã.

Nesta época o Botafogo tinha a melhor defesa do Brasil, constituída por Manga, Joel, Zé Maria e Nilton Santos, Arati e Bobe, e o ataque era contemplado com magistrais Garrincha, Didi, Paulinho Valentim, Quarentinha e Zagalo.

Esse time era entorpecente e vibrador. Dificilmente, poderia rebater a vitória a não ser quando houvesse falha no comando do campo.

Ainda me lembro das grandes desforras do Botafogo que passou, pois deixou um elo de paz de espírito e amor à arte futebolística.

Com a velhice que aparecia nos jogadores, surgiam outros craques, como o goleiro Paulo Sérgio, Marinho, Carlos Roberto e os atacantes Jairzinho, Rogério e Paulo César Lima, esses craques representavam uma maior reserva moral do futebol brasileiro.

Bem, o time do Botafogo depois se arrefeceu, no decorrer dos anos, já que houve o destempero da diretoria passada, deixando o time acabrunhado e ultrapassado no futebol brasileiro. Todo botafoguense pede que o time melhore e venha equilibrar-se para dar muita alegria ao seu fiel torcedor.

Crato, 11 de outubro de 2010.

Texto de Pedro Esmeraldo

Um comentário:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Pedrinho toca no assunto que é muito caro à geração dele. Acho que tem, da mesma época, o Vasco da Gama, chamado na época de Super Super Campeão. Meu cunhado, conhecido nos idos por China, é botafoguense doente. Aliás suspeito que tenha mais prazer em ver o meu Flamengo perder do que ganhando. Aliás este cunhado cabe bem aqui no nosso coração (não plural majestático: vale para Tereza, Raul e Ruy, os nossos filhos) Em tudo se diferencia deste locutor que vos fala: é engenheiro e pensa que tem maior objetividade; é tucano doente; tem horror ao flamengo, simpatiza com o pensamento neoliberal, adora o GLobo e acredita no Jornal Nacional, mas é perfeito pois diverge da tendência majoritária deste leque: não é carola e nem moralista.