Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA




"OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA"


O presente artigo busca propor uma reflexão acerca da formação continuada do professor. A principio é necessário compreender o que significa o termo “formação continuada”, analisando de que maneira essa formação se dá em nosso país, inclusive resgatando a evolução dessa prática ao longo do tempo, verificando inclusive a legislação sobre o tema. É importante inclusive, avaliar a importância dessa formação para o desenvolvimento profissional a formação da identidade do professor, bem como os desafios enfrentados pelos docentes, como, por exemplo, o domínio das novas tecnologias e as exigências da sociedade atual. Devido às mudanças ocorridas nas últimas décadas, a sociedade tem colocado nas mãos da escola, toda a expectativa de avanços econômicos e sociais decorrentes das transformações que a educação possa proporcionar a população. Dentro desse contexto, o mundo tem prestado mais atenção na educação. O resultado desse interesse tem sido demonstrado nas reformas educativas, desencadeadas em vários países. Em meio aos esforços para melhorar a qualidade de ensino, vários estudiosos discutem como melhorar os índices na qualidade da educação, entre muitas pesquisas discutem-se a formação do professor como um dos graves problemas a serem resolvidos. Devido às péssimas condições em que se encontram os cursos de licenciaturas, observamos uma crescente demanda de formação continuada, como solução para resolver um dos entraves na qualidade do ensino.

Podemos, então, definir a formação continuada como sendo o conjunto de atividades desenvolvidas pelos professores em exercício com objetivo formativo, realizadas individualmente ou em grupo, visando tanto o desenvolvimento pessoal como profissional, na direção de prepará-los para enfrentar os novos desafios que emergem na profissão. Sabemos que muitos educadores reagem ao fato de não querer participar das formações continuadas alegando que não necessitam de tal formação. Porém é preciso entender que, essa resistência é provocada, no caso dos docentes mais antigos na profissão, por um movimento sócio histórico, onde o professor não era visto como produtor de conhecimento, e sim como mero reprodutor de atividades ligadas a um currículo que não favorecia ao desenvolvimento do pensamento crítico, ou sobre os conteúdos trabalhados. Não havia prática reflexiva, ou a busca por saberes e conhecimentos como se tem a liberdade de fazer nos dias atuais. Perrenoud (1999), afirma que: “A reflexão possibilita transformar o mal-estar, a revolta, o desânimo, em problemas, os quais podem ser diagnosticados e até resolvidos com mais consciência, com mais método. Ou seja, uma prática reflexiva nas reuniões pedagógicas, nas entrevistas com a coordenação pedagógica, nos cursos de aperfeiçoamento, nos conselhos de classe, etc. - leva a uma relação ativa e não queixosa com os problemas e dificuldades. A idéia de que o professor é um profissional que precisa estar em contato permanente com as mudanças e com as inovações do seu universo de ação, implica uma revisão crítica do seu papel social (GADOTTI, 2003). As mudanças decorrentes da reestruturação produtiva centrada no avanço permanente da ciência, da tecnologia e da complexidade do ser social, exigem desse trabalhador uma profissionalização permanente para o enfrentamento das questões do seu cotidiano. Tardif (2000) afirma que, tanto em suas bases teóricas quanto em suas conseqüências práticas, os conhecimentos profissionais são evolutivos e progressivos e necessitam, por conseguinte, uma formação contínua e continuada. Os profissionais devem, assim, autoformar-se e reciclar-se através de diferentes meios, após seus estudos universitários iniciais.

No artigo 13 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB 9394/96, O texto explicita que seja assegurado ao profissional da educação: o aperfeiçoamento continuado.Aprender e continuar aprendendo não são tarefas somente dos alunos, nós professores precisamos compreender que na atual conjuntura política, social e econômica, exige-se um novo profissional com competências para enfrentar as novas demandas. Demo (1994) acredita que o professor atual precisa ser autônomo, criativo, crítico transformador, um profissional que se preocupe em buscar novos fazeres e novas práticas para o futuro. Para ele: “O que se espera do professor já não se resume ao formato expositivo das aulas, afluência vernácula, à aparência externa. Precisa centralizar-se na competência estimuladora da pesquisa, incentivando com engenho e arte a gestão de sujeitos críticos e autocráticos, participantes e construtivos” Demo (1993 p. 13). Vários são os desafios para que os profissionais de educação invistam efetivamente em sua formação continuada. Como já se sabe, existe uma predisposição sócio- histórica que levou o professor a não investir em sua formação por quê:

Ø O professor se via como detentor absoluto do saber. Não se desafiava esse profissional, até porque a concepção tradicional colocava os alunos com “folha em branco” a ser preenchida pelo professor.

Ø Desvalorização do professor perante a sociedade, levando esses profissionais a trabalharem sem incentivo, o que ocasiona desânimos em crescer na profissão, além de desestimular novos profissionais a abraçarem a profissão.

Ø Baixa remuneração do profissional de educação – essas baixas foram se acentuando ao longo do tempo e provocando até desistência de profissionais na carreira do magistério.

É necessário que tenhamos a compreensão que estamos formando nossos estudantes para a cidadania, não apenas em função das exigências legais, mas por uma exigência social. É vital que se forme cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade, para que se possa promover as transformações que tanto almejamos. Esse é o papel social da escola formar para a sociedade. Crianças e adolescentes chegam à escola trazendo seus valores e conhecimento de seus lares e convívio social. É preciso estabelecer uma comunicação eficaz com eles e principalmente mostrar-lhes que escola é espaço vivo. Por isso o professor precisa apropriar-se de linguagens e códigos sócio-culturais, trazê-los para o ambiente escolar e nesse espaço discutir e construir conhecimento com os alunos.

E as novas tecnologias?

Sabe-se que a sociedade atual está impregnada por recursos tecnológicos e que o acesso a eles está de certa maneira fácil entre todas as camadas sociais. Diante desse quadro atual, não podemos ignorar essa realidade e continuar tomando atitudes de aversão a todo e qualquer tipo de tecnologia. Os professores em sua função precisam preparar seus alunos para a cidadania e principalmente para utilizarem estes recursos tecnológicos em prol do seu bem estar social, pessoal e profissional. Para isso, os mesmo precisam investir em um processo de atualização constante, pois cabe a este profissional orientação para o uso consciente de recurso tecnológicos, bem como, educar para sustentabilidade o que envolve conscientizar a todos, para que se faça o uso racional dos recursos naturais do planeta, entre outros assuntos urgentes na sociedade. Sabe-se que é difícil para alguns profissionais investirem em sua formação por conta de todos os fatores acima abordados. Porém se faz necessária a tomada de consciência desse profissional, acerca da sua importância na orientação das gerações mais novas no que se refere à formação para a cidadania. Demo (1996, p. 273), afirma que: “Para encarar as competências modernas, inovadoras e humanizadoras, [o educador] deve impreterivelmente saber reconstruir conhecimentos e colocá-lo a serviço da cidadania. Assim, professor será quem, sabendo reconstruir conhecimento com qualidade formal e política, orienta o aluno no mesmo caminho. A diferença entre professor e aluno, em termos didáticos, é apenas fase de desenvolvimento, já que ambos fazem estritamente a mesma coisa. (...) Neste sentido, o professor não será mais profissional de ensino, mas da educação, pois o primeiro tende a ser instrução, treinamento, domesticação, enquanto a segunda busca a ambiência emancipatória” Portanto, é preciso ver oportunidades, em vez de dificuldades. Em termos políticos e de legislação, alguns avanços foram conquistados pelos educadores, que além dos já citados anteriormente, hoje se conta também com o Plano Decenal, Parâmetros Curriculares Nacionais. Como enfoca Costa (2002), É difícil transcender de uma cultura historicamente instituída para um novo olhar sobre a educação. Por isso a formação continuada se constitui num processo permanente de busca, de construção e significados. A construção do coletivo na escola exigiu um esforço reconstrutivo e reflexivo sobre conteúdos atitudinais e sobre valores que sustentam os vínculos num grupo, sobre o respeito ao movimento de cada um, sobre que saberes e fazeres que devem ser compartilhados e em que tempos e espaços devem ser explicitados, discutidos e trabalhados.

A Profa. Maria Aparecida Freire de Souza é Técnica Pedagógica da Secretária de Educação do Município de Petrolina-PE e Professora de Geografia do Estado da Bahia em Juazeiro (BA).

Um comentário:

socorro moreira disse...

mUITO BEM, nILO sÉRGIO !

aBRAÇOS.