Todos os dias visito Dona Valda, e saio da sua vida com mais uma história pitoresca.
Hoje ele me falava da Rua Santos Dumont, no começo da década de 40 ( A Rua Formosa), quando lhe contei que acabara de tomar um suco de mangaba , na casa de Virgínia ( caminho de Nova Olinda).
Naquela rua acontecia a feira das frutas, e encerrava-se um pouco antes das 14 h, quando partia o trem, que fazia a linha Crato x Paraíba.
O Crato exportava frutas, notadamente a mangaba, hoje tão rara.
Por que o tempo nos roubou um cheiro tão doce ?
Disse-me :
"Minha avó tinha um pote de água fria e dormida , no pé da janela,para matar a sede dos feirantes".
Senti o astral de uma época , quando o sorriso acontecia entre todos ( conhecidos e forasteiros).
Tempos em que o tempo corria manso, mesmo pra quem tinha que pegar o trem.
Mas a paz sempre foi ameaçada pela guerra...
Melhor ficar com a luz deste restinho de domingo, e pedir a Deus que a violência torne-se frágil , e seja pescada e vencida pelo amor empático .
Acho que vou para o Circo. Quem me acompanha ?
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