Dá-me, chama invisível, espada fria,
tua persistente cólera
para acabar com tudo,
ó mundo árido,
ó mundo exausto,
para acabar com tudo.
Arde sombrio, arde sem chamas,
apagado e ardente,
cinza e pedra viva,
deserto sem beiras.
Arde no vasto céu, laje e nuven,
sob a cega luz que desaba
entre estéreis rochas
Arde na solidão que nos desfaz,
terra de pedra ardente,
de raízes congeladas e sedentas
Arde, furor oculto,
cinza que enlouquece,
arde invisível, arde
como o mar impotente parindo nuvens,
onda como o rancor e espumas pétreas.
Entre meus ossos delirantes, arde;
arde na oquidão do ar,
forno invisível e puro;
arde como arde o tempo,
como caminha o tempo entre a morte,
com seus mesmos passos e alento,
arde como a solidão que te devora,
arde em ti mesmo, ardor sem chama,
solidão sem imagem, sede sem lábios.
Para acabr com tudo,
ó mundo árido,
para acabar com tudo.
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS
FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS
Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................claude_bloc@hotmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário