Recebi um recadinho pedindo o endereço para enviar-me um livrinho, presente de Armando Lopes Rafael. Sorri ao ler, pois jamais poderia ser um livrinho algo escrito por um escritor e historiador da qualidade de Armando Rafael.
Hoje pela manhã, retirei da caixa de correspondencias o prometido. É realmente um livrinho de bolso, mas um grande livro em conteúdo sobre a história de dois grandes cratenses, Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro e Dr. Leandro Bezerra Monteiro. Com o título OS DOIS LEANDROS.
O devorei com os olhos imediatamente, maravilhada pelo conteúdo importantíssimo sobre a história desses dois grandes nomes cratenses e os relatos paralelos sobre a nossa região do Cariri.
Diz Armando Rafael :
" Ambos, avô e neto, receberam o mesmo nome: Leandro Bezerra Monteiro.
O primeiro passou à história como o Brigadeiro Leandro e viveu entre 1740 e 1837. O segundo, o advogado Leandro, viveu entre 1826 e 1911 e foi magistrado, político de destaque e conhecido líder católico, no reinado de Dom Pedro II . Sobre o brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, podemos afirmar que a sua memória foi Programaticamnete "esquecida", a partir de 15 de Novembro de 1889, devido ao golpe militar que implantou a forma de governo republicano no Brasil. Costuma-se dizer que a história é sempre escrita pelos vencedores. Os revolucionários de 1817, derrotados pela contrarrevolução do monarquista brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, passaram a ser exaltados com heróis, após a Proclamação da República. Seus feitos recebem proporções maiores que as reais, tanto nos meios de comunicação, como por parte de alguns historiadores. Do brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro pouco se fala. Quando se escreve sobre o efémero movimento que foi a Revolução Pernambucana de 1817, em terras do Cariri cearense, omite-se a decisiva participação do brigadeiro Leandro ao debelar a revolta, como também a coragem pessoal e cívica deste, naquele episódio. A fidelidade à Monarquia, por parte de Leandro Bezerra Monteiro, motivou a concessão - partida de Dom Pedro I - da honraria ao ilustre cratense do primeiro generalato honorário do Exército brasileiro. Àquela época, embora em desuso, o posto de brigadeiro correspondia - na escala hierárquica do Exército Imperial - à patente de general. Outras também foram as virtudes e qualidades do brigadeiro Leandro como veremos neste livrinho. E tão grande foi o seu valor que a sua fama refugirá sempre, cada vez mais, pelos séculos futuros!
No tocante ao neto do brigadeiro, conhecido como Dr. Leandro Bezerra Monteiro, diga-se, de passagem, que foi um honestíssimo magistrado, bem como deputado de projeção, em várias legislaturas, tanto na Assembleia da Província de Sergipe, como no Parlamento do Império, durante o segundo reinado. Igual ao avô, Dr. Leandro deixou no imaginário popular e na memória dos pósteros o exemplo de um católico fervoroso e monarquista fidelíssimo."
Pela introdução, podem imaginar o que contém neste "livrinho" maravilhoso em relatos sobre a história do Cariri e da nossa gente. Escrita agradável, simples e correta como tudo que Armando escreve...
Obrigada Armando pelo estimado presente que fará parte do meu tesouro sobre o Crato. E para finalizar transcrevo mais um trecho do grande livrinho.
"A beleza da tarde, a frescura vivificante da atmosfera e a opulência da paisagem, tudo tendia a produzir uma alacridade de espírito que só o amante da natureza pode experimentar e que, em vão, desejei fosse duradoura, porquanto me sentia bem não só comigo mesmo, como em paz com todos sobre a terra".
(George Gardner, naturalista escocês em visita ao Cariri, em 1838, assim se expressou, ao chegar ao Crato)
Com os meus cumprimentos,
Edilma Rocha
5 comentários:
Edilma:
Você massageou meu ego.
Enviei o livrinho porque sei da sua paixão pela História do Cariri.
Obrigado pelas palavras.
Armando
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PS – Por falar em História, a excelente revista “Cariri”, iniciativa da competente jornalista Isabella Bezerra, (ela é filha do deputado Arnon) vem aí em sua terceira edição. A revista é um primor, toda colorida e editada em papel couché.
Trata-se de publicação bimestral sobre comportamento, economia, cultura, arte, gastronomia, meio ambiente, etc, do nosso vale do Cariri.
Neste novo número vem uma matéria sobre dona Bárbara de Alencar, da lavra da revelação da nova geração do jornalismo cratense – a jornalista Raquel Paris. Fui entrevistado por ela que me fez este pedido:
– Fale-me sobre Bárbara de Alencar , não exagerado nos feitos dela como a maioria o faz, nem só apontando fatos negativos como outros fizeram ao longo dos anos...
(O resultado do que eu falei você poderá conferir em meados de setembro quando “Cariri” nº 3 for lançada).
Se você quiser conferir os dois primeiros números da revista, acesse o site abaixo:
http://issuu.com/fernando1393/docs/caririrevista
Armando,
Voce é um perfeito cavalheiro.
Muito obrigada pelo lindo presente que vou guardar com muito cuidado.
Lhe ter como escritor aqui no Cariricaturas foi o melhor presente que nós poderíamos ganhar.
O respeito como escritor, historiador, repórter, cidadão cratense e amigo.
A sua cultura nos engrandece a cada escrito.
Eu é que agradeço a oportunidade de lhe ter como amigo.
Obrigada por tudo.
Abraço!
Edilma
Armando,
Obrigada pela indicação da revista que procurarei ler, com certeza.
Não consegui abrir o site indicado, mas vou pesquisar a respeito.
E quanto a sua entrevista, vou aguardar a publicação. Essa não perco !
Obrigada.
muito bom esse text vou repostar no meu blog eu adoro saber de história e você resumiu um pouco a história desses dois herois caririense
Armando,
O que Edilma falou aqui é exatamente o que vemos, o que sentimos e o que percebemos quando lemos o que escreves.
A História quando passa por teu crivo vem seleta, credível, límpida. Por isso tanta gente te admira - por proporcionar ao teu leitor uma releitura dos fatos sem promover o heroísmo barato no caso dos protagonistas nem a vertente negativista daqueles que se colocam contra os pensamentos de justiça, fé e verdade.
Enfim, gostamos do teu senso de "justeza" segundo os fatos se desenrolam.
Edilma aqui falou por mim também, espelhando a mesma sincera admiração por você - o historiador da verdade.
Abraço,
Claude
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