Eu sou...
- Edilma Rocha -
Fiquei ali quieta a esperar, sem me dar conta das luzes que se iam e vinham num tempo infinito.
Mesmo de longe, sabia do sentimento que chegava de mansinho no pisar de cada passo quieto. Na volta todos são crianças à procura de algum brinquedo esquecido em algum canto da casa. Ficar quieta e sentir o respirar compassado na subida de cada batente antigo, é reviver os momentos de alegria de um passado distante. Sinto o bater apressado de um coração latente a procura de alívio para o sentimento sufocado, me faz bem...
Ao chegar no alpendre cada passo reviveu um momento nos olhos fechados da menina do passado, tateando com as mãos feito brincadeira de cobra-cega. Era hora de ser criança outra vez e procurar pelo cheiro bom da memória das coisas que não voltam mais.
Procurei em cada canto um objeto querido para sentir novamente o toque de suas mãos. E eles se foram, levando um pedaço de cada vida, no seu destino misterioso. Se ainda restou uma lembrança num pedaço qualquer, foi como se reunisse todos os sentimentos em um só objeto.
Os papeis se foram no vento levando palavras que não foram escritas. Mas ficaram os ecos dos medos da noite em que corria para os braços maternos à procura de alento. Na antiga banheira os mesclados da estampa se empregnaram na louça esquecida.
E na poltrona da sala, continuo ali à espera de cada um, que de vez em quando penetra no passado de mil silencios. Estou a esperar poemas e contos no relato do livro dos sonhos embalados pelo murmurar das águas do açude e no bailar das lembranças da menina feliz por estar de volta mais uma vez na casa grande.
Procurei em cada canto um objeto querido para sentir novamente o toque de suas mãos. E eles se foram, levando um pedaço de cada vida, no seu destino misterioso. Se ainda restou uma lembrança num pedaço qualquer, foi como se reunisse todos os sentimentos em um só objeto.
Os papeis se foram no vento levando palavras que não foram escritas. Mas ficaram os ecos dos medos da noite em que corria para os braços maternos à procura de alento. Na antiga banheira os mesclados da estampa se empregnaram na louça esquecida.
E na poltrona da sala, continuo ali à espera de cada um, que de vez em quando penetra no passado de mil silencios. Estou a esperar poemas e contos no relato do livro dos sonhos embalados pelo murmurar das águas do açude e no bailar das lembranças da menina feliz por estar de volta mais uma vez na casa grande.
Eu sou a saudade...
Um comentário:
Claude,
Minha irmã e amiga
O seu texto me tocou
Me sufocou o peito
E fez rolar no rosto
Uma lágrima sentida
Sentimentos escondidos
No labirinto do tempo
Sonhos proibidos
Que se foram no vento
Me transportei ao passado
Subi os batentes outra vez
Me deparei no abraço
Com idioma francês
Fui criança, fui adulta
Brinquei no alpendre feliz
Olhos fechados e oculta
É o que a saudade me diz
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