Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 22 de outubro de 2011

Vereador inelegível jogando jogando gasolina no fogo dos políticos - José do Vale Pinheiro Feitosa

O vereador Rodson Lima do Partido Progressista de Taubaté tomou ao pé da letra e para si o progresso da sigla. “Eu descobri que o hotel é três estrelas, mas pra mim é como se fosse um palácio. Eu tô conversando com você na janela e tem uma piscina de 40 metros com cachoeira, é brincadeira? Vivo a vida de príncipe há 15 anos. Dois motoristas, assessores, celular, assessoria jurídica, gabinete com ar condicionado... Inclusive até postei assim: engenheiros que são formados por Harvard, Yale, Michigan não desfrutam disso que eu desfruto. É muita honra que o povo me dá. Eu sou eternamente agradecido” – assim expressou-se o progressista.

O Jornal Nacional chamou o ato do vereador de excesso de sinceridade. Mas tudo leva a crer que o vereador é muito articulado e provocador e não corresponde à humildade que parece demonstrar. O vereador, igual a este policial de Brasília que denunciou o esquema da ONGs no Ministério do Esporte por que foi cobrado das próprias falcatruas e atirou para cima, no caso o vereador mirou todos os políticos: vereadores, deputados, senadores e até conselheiros dos tribunais de conta.

Com a esperteza de alpinista social e econômico que Deus lhe deu ele bem sabe do sentimento popular, especialmente nas redes sociais da internet, com os políticos e uma vez estando proibido de ser reeleito o ano que vem, vai na jugular dos políticos e suas benesses. Até ao aparentemente se explicar para o povo ele ataca os políticos amplamente: “Hoje estou aqui, no meio de senadores, conselheiros do Tribunal de Contas. As autoridades me chamam de excelência. Foi isso que eu quis dizer. Passei de vassalo para uma vida de príncipe. Estou num hotel três estrelas, mas para mim, homem humilde, isso parece o Palácio de Buckingham. E devo isso ao povo. Agradeço muito. Claro. Tenho minha prole. Quero que eles ocupem meu lugar. Isso é tradição no Brasil, né? E eles querem trabalhar pelo povo. Um deles trabalha na ambulância que eu comprei. É o motorista."

Certamente que ao expressar a vontade dos filhos seguirem a “carreira de político” ele levanta outro “podre” da vida política, este nepotismo eletivo de pai para filho que acontece no processo eleitoral. Enfim estamos todos muito confusos. No Piauí um Juiz de Direito queria mil reais para liberar uma estrada para circularem estudantes da zona rural. Onde se encontra o verdadeiro sentido da vida honrada e solidária?

Não basta apenas trabalhar uma vez que a ética do trabalho não acoberta o sicário. É preciso realmente esclarecer esta confusão do cipoal de contradições. O processo eletivo está em julgo feroz e todos desejam a democracia, exatamente por isso, mas muitos criticam o processo eleitoral e a representação. Os gregos não gostam do seu parlamento com certeza e a troca de prisioneiros entre Israel e o Hamas teve que ser decretada pela Justiça, uma vez que o Knesset não foi suficiente.

A enorme concentração da renda, tornando apenas 1% da humanidade dona estratégica da riqueza mundial, acobertada pelos Estados Nacionais, é um bom exemplo da crise da representatividade na democracia ocidental. Aliás, toda a aparentemente insanável crise moral tem origem nesta concentração de renda e a brutal mercantilização da vida em todos os sentidos. Vai dos transplantes de órgãos ao filhós na segunda feira.

Há como uma bruma de mudanças violentas fruto deste cipoal de contradições não resolvidas, a pergunta é saber como ela se dissipará. Vidas se perderão até a clareza da visão e se perderão absolutamente por nada, apenas pela confusão que está em curso.

Um comentário:

Armando Rafael disse...

E o pior, caro Zé do Vale, é que a população brasileira perdeu a capacidade de indignação com episódios como este...

Esperar o que das novas gerações da “brava gente brasileira”?