Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"AS PREZEPADAS DOS ZIZINHOS DE MONSENHOR" - Cap. III



...ou o falso desmaio salvador de Hugo Linard.



O meu estimado e querido colega da IVa Série Hugo Linard nasceu fadado a ser artista. Sobretudo na arte musical/instrumental. Mas também na "arte das traquinagens". Ainda guri ganhou do seu pai uma "sanfoninha" e lá foi ele infernizar a vizinhança com notas dissonantes mas que aos poucos foram tomando corpo e cadência e assumindo efeitos melodiosos mais concretos e belos. Da "sanfona véia" passou para um acordeón e ai a bagaceira se completou. Ganhava o Cratim de Açucar mais um músico de qualidade incomparável pois foi dotado, segundo a Profa. e Maestrina Bernadete Cabral, de "ouvido perfeito". Isto no jargão do meio das partituras quer dizer uma cara que ouve os tons e as cores deles (como eruditamente escreveu artigo sobre o tema o nosso querido Maestro Dihelson). Hugo é um ás em vários instrumentos mas gosta mesmo, para nossa alegria, dos teclados de uma sanfona. Eclético no gosto musical, nos brinda sempre com seu jeito afável e companheiro quando nos reunimos na terrinha com noitadas inesquecíveis ao som belissimo de sua "sanfona" em refinada técnica e rico repertório. Mas hoje, vou falar é das outras "artes" do meu colega. Todos os que estudaram no Diocesano devem recordar da sala de Ciências e da figura impagável , inesquecível e querida do Mestre Pe. David. Pois bem, estão lembrados certamente do esqueleto usado nas aulas de Ciências. Igualzinho ao da ilustração acima. Me lembro que alguns nem olhavam pra não ter medo a noite. Mas não vou citar seus nomes, fiquem tranquilos. Um certo dia de aula o nosso Hugo prezepeiro que só ele, abriu um sorriso matreiro olhando fixamente para o "esqueleto" que na sua altivez representativa do corpo humano não dava a menor bola para aquele "sorrisinho". Eu estava sentado ao lado dele e pressenti que alguma sacanagem meu amigo preparava. Dito e feito, após a aula todos sairam para suas casas. Hugo então retorna, abre não sei como uma janela e pula pra dentro da sala. Pega o esqueleto coloca-o sentado numa banca. Não satisfeito coloca um boné na cabeça do dito cujo. Em alguma manobra mal feita desloca o braço do esqueleto...aí pra consertar o deslocamento cria outra situação jocosa. Poe uma tipóia de pano daquelas que a gente usava quando quebrava tudo que era ossos dos nossos braços. Imaginem a figura que ficou! E como requinte botou um cigarro (apagado lógico!) entre os dentes da "caveira". Pulou de volta e sumiu na capoeira. Minha gente no dia seguinte quando outra turma entrou na sala foi uma algazarra infernal. A risada coletiva atraiu os alunos das salas vizinhas. Pe. David sério faz calar a turba e manda chamar o vice diretor que na época era o Prof. José do Vale e como ainda não tinha chegado chama o Monsenhor Montenegr que incontinenti perguntou: "Pe. David qual foi a última turma a ter aula aqui ontem? Ora qual ! Os "Brasinhas"...nossa querida turma! A nossa sala ficava do lado oposto a sala de Cie^ncias. A esta altura do campeonato todos nós já sabíamos da prezepada de Hugo e pela porta aberta presenciamos a bagunça armada, mas ao mesmo tempo vimos também Monsenhor que partia em direção a nós atravessando o pátio! Caímos na "risada medrosa", sabem como é não? Aquela risada sacanininha misturada com o medo de se perder no Rasgo da Catarina. Monsenhor pediu licença ao Professor e foi logo perguntando: quem foi? E tome liçao de moral, o tema? Respeito ao "esqueleto deconhecido", os valores da Ciência...e passou em seguida a desfiar os castigos! Nesse exato momento Hugo estribucha todo e desmaia caindo em cima da carteira. Pronto, estava intalada a IIa bagunça. Era um tal de abanar, buscar água. Monsenhor preocupadíssimo manda levar Hugo pra sala dele e chamar o Dr. Macário. Pense uma confusão! Levamos Hugo para sala e o "triste" desmaiado. Dai a pouco resolvem leva-lo para o Hospital São Francisco...foi só falar em Hospital e injeção e o danado acordou. Balbuciando coisas inintelegíveis que só os ETs poderiam traduzir. Outro copo com água e ele retornou. Monsenhor então preocupado com o "caso saúde", esquece o "caso" do esqueleto. Ordena que todo mundo voltar pra sala e levaram Hugo pra casa. Na saída o sem vergonha olha pra nós e solta uma risada mais deslavrada que já ouvi e vimos. Meus amigos tudo não passou de encenação para escapar da "guilhotina". Estava ai desvendado mais um talento do nosso Hugo: o teatro! Mas de tanto aprontar foi obrigado a "pedir as contas". Transferiu-se para o São João Bosco. Mas que felizardo! Deixou a perigosa IVa Série e a "fraternidade masculina" para cair de paraquedas em uma turma de maioria absoluta de garotas de fina stampa. Foi formar um trio masculino nesse harem com nosso querido amigo Joaquim Pinheiro. Querem saber algumas dessas beldades dos anos 60? Socorro Moreira, Rosineide Esmeraldo, Regina Vilar, Stela Siebra, Gracinha. Podem conferir uma foto da turma postada por Socorro aqui no blog. Final feliz para mais uma história! Mais um talento surgia no cenário do pé de serra!

2 comentários:

socorro moreira disse...

Quando Hugo foi nosso colega era um menino educado , calado , e disciplinado. Gostava de desenhar e tocar. Foi esse o colega que conhecemos, e ganhou de cara , a nossa admiração.
Divani, nossa professora de Artes o considerava um gênio .
Mas, Nilo Sérgio, tua memória é mesmo milagrosa. Não existe !


Um abraço, e bom final de semana.

Nilo Sergio Monteiro disse...

Socorro querida!

Tudo que era "menino danado" colocavam no Dom Bosco nas salas das meninas pra ver se acalmavam o "capeta". Segundo minha irmã Elerisa, também aluna do D. Bosco e sua contemporânea embora mais nova, relatou-me hoje durante a ceia que na turma dela "enclauraram" dois desses capetinhas...Teodorico foi um deles.
Quanto a minha memória tá afiada mas nem chega aos pés da tua, princesa do cariri!