Os músculos um dia tombam da carne
e fica cega a faca.
As estrelas são sinceras com os meus olhos:
a terra já comeu o cadáver que brilha.
Essas pernas apressadas
sempre medonhas
atrás do passo seguinte
sequer me levam a uma calçada limpa -
sem chiclete,
sem bostinha de poodle.
Meu destino é batata quente
na mão dessa mente
boquiaberta
com as vozes que invento.
Hora de confessar ao Bom Pai
que sou um menino ainda -
não se atreva apagar a luz do quarto.
Os monstrengos agora escapam
do armário branco de hospital.
Meu novo guarda-roupa.
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