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"Penetra surdamente no reino das palavras.
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Estão paralisados, mas não há desespero,
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"

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Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 31 de outubro de 2009

Gilberto Braga- (pra quem aprecia novela)



Gilberto Tumscitz Braga (Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1946) é um autor de telenovelas brasileiro.

Nascido no bairro carioca de Vila Isabel, na juventude recebeu a influência dos pais para cursar a carreira diplomática, idéia esta que foi abortada antes mesmo de ser concretizada. Freqüentou o Colégio Pedro II e em 1968, imigrou a Paris durante alguns meses devido a uma bolsa de estudos, mas voltou ao Brasil pouco tempo depois.

Sua novela de 2007, Paraíso Tropical, foi indicada ao Emmy 2008 na nova categoria de melhor novela. O International Emmy Awards, ou simplesmente Emmy, é o equivalente ao Oscar da televisão internacional.

Na maioria de suas novelas, ocorreu um assassinato misterioso nos capítulos finais.
Início da carreira e adaptação de romances famosos
Gilberto trabalhou como professor de francês e também na imprensa carioca, como crítico de teatro (no jornal O Globo, durante cinco anos) e cinematográfico. Estreou como autor televisivo em 1973, quando assinou dois casos especiais: As Praias Desertas e Feliz na Ilusão, na mesma época em que atuou pela primeira vez como novelista. Desenvolveu em parceria com Lauro César Muniz a autoria da novela Corrida do Ouro (1974), trabalho do qual se afastaria pela metade devido ao fato de ainda não estar habituado ao ritmo de escrita para a televisão. Gilberto já havia colaborado com Lauro César em Carinhoso (1973) e voltaria a trabalhar com ele em Escalada (1975). Gilberto Braga foi o primeiro autor brasileiro formado exclusivamente para a televisão - jamais escreveu para teatro. Ele foi responsável por algumas adaptações: Dama das Camélias 72 (versão atualizada de A Dama das Camélias, protagonizada por Glória Menezes e Cláudio Cavalcanti), O Preço de cada um (modernização de Misantropo) e Mulher (versão moderna de Casa das Mulheres).

Ele também se notabilizou pelas adaptações de clássicas obras literárias para a televisão. Em 1975, foi responsável pelas adaptações dos romances Helena, de Machado de Assis (que seria adaptada novamente em 1987 pela extinta TV Manchete) e Senhora de José de Alencar, mas o maior sucesso nesse filão foi Escrava Isaura (1976), baseada no romance homônimo de Bernardo Guimarães, cujo êxito foi enorme - durante muito tempo, foi a novela mais vendida de todos os tempos e consagrou mundialmente a atriz Lucélia Santos, então iniciante.

Ainda em 1975, Gilberto Braga colaborou com Janete Clair na autoria da novela Bravo! e a substituiu quando ela teve que preparar outra trama para o lugar de Roque Santeiro, de Dias Gomes, cuja exibição fora proibida pela censura militar no dia da estréia. Com a proibição, ela escreveu então aquele que se tornaria um dos maiores sucessos, a novela Pecado Capital.

A novela Dancin' Days (1978), escrita a partir do esboço A Prisioneira da colaboradora Janete Clair alcançou um grande sucesso, marcada por algumas peculiaridades: a estréia no horário nobre, como autor titular, além de ter sido a primeira novela contemporânea e sem ser uma adaptação de romance consagrado. A trilha sonora internacional, basicamente com canções de discotecas foi um sucesso de vendagem - mais de um milhão e meio de cópias - assim como a nacional - um milhão de cópias, estimulando o crescimento de novas casas do gênero e lançou diversos modismos, como vôos de asa delta e meias de lurex usadas com sandália. A novela foi reexibida em 1980 no Festival 15 Anos, com apresentação de Glória Pires e numa versão compacta (entre outubro e novembro de 1982). Alguns anos depois a novela foi adaptada para romance na coleção Campeões de Audiência - Telenovelas (lançada pela Editora Globo entre 1987 e 1988), assim como Água Viva e Pecado Capital. O livro Água Viva foi lançado por Leonor Bassères baseado nas três mil e duzentas laudas que Gilberto escrevera para a novela.

Seguiram-se outras novelas de sucesso no horário nobre: Água Viva (1980) abordou o cotidiano da classe média-alta no litoral e o windsurfe, causou polêmica por conta do topless e mostrou, pela primeira vez, o baseado na televisão brasileira. Prosseguiu com a novela Brilhante (1981), que discutiu a homossexualidade masculina e romance entre pessoas de diferentes idades. Brilhante foi acusada de plágio de livros e filmes norte-americanos e enfrentou problemas com a audiência, tendo por isso sofrido alterações ao longo da história. O tema de abertura da novela era Luiza, composta por Tom Jobim especialmente para a trama, e cuja letra menciona o cabelo loiro e comprido da protagonista, Vera Fischer. Quando ela apareceu de cabelo curto, o compositor foi o primeiro a protestar. Este polêmico fato foi bastante criticado, e a figurinista Marília Carneiro deu a idéia de usar uma bandana no pescoço, acessório este que virou febre entre o público feminino. Nessa fase também escreveu Louco Amor (1983), que teve a estréia antecipada devido ao término repentino - causado pela morte do protagonista, Jardel Filho, de Sol de Verão (1982), de Manoel Carlos que colaborou, a pedido do próprio Gilberto, na redação do texto de Água Viva - e Corpo a Corpo (1984), inspirada no mito de Fausto, que causou polêmica por debater o racismo, um tema que não foi aceito pelo grande público.

O maior sucesso foi quando ele parou o Brasil com o mistério em torno de quem matou Odete Roitman? (Beatriz Segall), personagem da novela Vale Tudo (1988). O último capítulo da referida telenovela obteve a maior audiência - 86% dos televisores estavam ligados, no qual revelou Leila (Cássia Kiss) como a assassina. A expectativa foi tamanha que a marca de caldos de galinha Maggi, fez um concurso em que premiava quem acertasse o nome do assassino. O venceor recebeu cinco mil cruzeiros, equivalente a três mil e duzentos dólares. O mistério envolvendo uma morte se repetiu na telenovela Celebridade (2003), que perguntava quem matou Lineu Vasconcelos? (Hugo Carvana), no qual a assassina foi Laura (Cláudia Abreu) e já havia sido usado anteriormente em Água Viva, com o bordão quem matou Miguel Fragonard? (Raul Cortez). Em 2007, o mistério foi na novela Paraíso Tropical com o bordão quem matou Taís Grimaldi? (Alessandra Negrini). Vale Tudo também ganhou um remake em espanhol: Vale Todo (2002), com o elenco formado de atores de língua hispânica e foi exibida em parceria com a Rede Telemundo, cadeia de emissoras abertas mais voltada para o público latino.

Gilberto substituiu Sílvio de Abreu a título informal em alguns capítulos na autoria da novela Rainha da Sucata (1990) quando este último precisou se afastar durante algumas semanas devido a problemas pessoais. No mesmo ano atuou como supervisor de texto na novela Lua Cheia de Amor, adaptação de Ana Maria Moretzsohn para Dona Xepa (1977), baseada na peça homônima de Pedro Bloch. Colaborou também na sinopse de Bambolê, de Daniel Más (1987), ambientada nos anos 1950 - assim como a minissérie Anos dourados.

Em 1992 Gilberto Braga substituiu Glória Perez na condução da novela De Corpo e Alma em parceria com a fiel colaboradora Leonor Bassères. Glória se afastou da trama por algumas semanas devido ao assassinato da filha, a atriz Daniela Perez. O primeiro título sugerido para Vale Tudo foi Pátria Amada, o que se tornou inviável por já existir um filme (da cineasta Tizuka Yamazaki) com este nome. Além de refletir sobre os problemas do alcoolismo e lesbianismo (este último, mostrado pela primeira vez de maneira explícita), a novela iniciava uma trilogia onde eram abordadas os temas da honestidade e a corrupção.

O segundo trabalho nesse caminho foi O Dono do Mundo (1991), que teve o objetivo de recuperar a audiência perdida com a antecessora no horário, Meu bem, meu mal, de Cassiano Gabus Mendes. A novela sofreu reformulações pois a trama inicial não havia entusiasmado o público e, em determinados momentos, a novela infantil mexicana Carrossel (do concorrente SBT) e a então novela das sete, Vamp de Antônio Calmon, superaram o Ibope da novela. Desta vez, quem colaborou na condução da história foi Sílvio de Abreu, que deu maior agilidade, o que fez com que a trama fosse recuperando gradativamente a audiência. O Dono do Mundo teve média geral de quarenta e sete pontos, índice considerado baixíssimo para uma novela do horário nobre na época. O maior destaque da novela foi a elogiadíssima abertura, que mostrou imagens de Charles Chaplin no filme O Grande Ditador (1940).

A última obra da trilogia foi Pátria Minha (1994). A novela, que teve o título extraído do poema homônimo de Vinícius de Moraes, enfocou conflitos ideológicos como as questões da moradia, racismo, adultério, virgindade - já abordada em O Dono do Mundo - e primeira experiência sexual, uso de preservativos e diálogo familiar (pais e filhos). Pátria Minha teve média geral de quarenta e seis pontos, dez a menos que a antecessora, Fera Ferida, de Aguinaldo Silva, apesar dos percalços que a produção teve que enfrentar com os atores Vera Fischer e Felipe Camargo, então casados, que foram afastados do elenco, dentre outros motivos, devido a brigas e aos freqüentes atrasos.

A primeira minissérie escrita foi um dos trabalhos mais elogiados e bem-sucedidos: Anos Dourados (1986), dirigida por Roberto Talma. A trama, que foi posta no ar às pressas visando concorrer com o estrondoso sucesso Dona Beija da extinta Rede Manchete, também marcou o retorno às produções ambientadas nos anos 1950, realçado principalmente pela trilha sonora que trouxe diversas canções consagradas da época (escolhidos pessoalmente pelo autor, que pela primeira vez atuou também como produtor musical). Anos Dourados foi reprisada em 1988 e 1990 com cortes - alguns duramente criticados, inclusive na narração do encerramento, que não conta o destino dos personagens principais. A minissérie lançada em DVD em 2003, que não contém a íntegra da série mas é mais completo que a versão apresentada em 1990. Como parte das comemorações dos quarenta anos da Rede Globo, em 2005 o canal pago Multishow apresentou parte da série, também com cortes, sendo em relançado em DVD em 2006 com dois volumes pela Editora Globo.

A minissérie O Primo Basílio (1988), baseada no romance homônimo do escritor português Eça de Queiroz, marcou à volta ao trabalho com adaptações e às produções de época na carreira. A minissérie foi muito elogiada pela Federação das Associações Portuguesas e Luso-Brasileiras e criticada por alguns intelectuais que se opuseram à versão televisva do romance, abordando a cultura portuguesa da literatura de Eça de Queiroz. Quatro anos mais tarde, outra minissérie obteve relevante sucesso: Anos Rebeldes (1992), lançada em livro (com adaptação de Flávio de Campos) paralelamente à exibição na tevê, onde abordava a época da ditadura militar brasileira (1964-1985). Na minissérie, encontrou eco ao povo que ia às ruas pedir o impacheament do então presidente Fernando Collor de Mello, vivendo uma situação política semelhante à discutida na obra. A minissérie foi lançada em vídeo nos anos 1990 e assim como Anos Dourados, teve lançamento em DVD em 2003, também numa versão compacta, e exibição no canal Multishow em 2005. A última minissérie escrita foi a policial Labirinto (1998), protagonizada por Fábio Assunção e Malu Mader.

Ele também supervisionou o texto de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa na elaboração da sinopse e na construção do perfil dos personagens da novela Salsa e Merengue (1996). Além de participarem da minissérie Labirinto, Fábio Assunção e Malu Mader protagonizaram a novela Força de um Desejo (1999), ambientada no século XIX por decisão que a TV Globo tomou depois do grande sucesso de Chiquinha Gonzaga, de Lauro César Muniz, que se passava nessa mesma época. A novela também marcou a volta às produções de época no horário das seis da Rede Globo depois de oito anos. A última havia sido em Salomé (1991), de Sérgio Marques, cujo projeto projeto deveria ter sido desenvolvido por Gilberto, em 1978, tendo ele passado na época para o horário nobre, com Dancin'Days.
Em 1998, Gilberto Braga escreveu a sinopse intitulada Feliz Aniversário, projeto que acabou sendo abortado mas cujas tramas foram aproveitadas na minissérie "Labirinto". À mesma época, foi cogitado um remake da novela Dancin' Days, para comemorar vinte anos de sua estréia, mas por questões de inadequação ao horário disponível - 18 horas - este projeto também acabou sendo descartado pela Rede Globo.
Em 1988, Gilberto Braga escreveu a sinopse de Força de um Desejo juntamente com Alcides Nogueira, cujos títulos provisórios foram Amor Perfeito e Alto da Serra. À época, foram cogitados para o elenco Maria Zilda, Thales Pan Chacon, Castro Gonzaga e Denise del Vecchio.

Na exibição original, Força de um Desejo não alcançou o sucesso previsto, obtendo média geral de vinte e sete pontos no Ibope; segundo conta, o primeiro capítulo teria obtido 30 e o último 40 pontos. Porém, quando reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, em 2005, a trama surpreendeu bastante em termos de ibope; inicialmente os números não foram tão espetaculares, pois oscilavam entre 14 e 17 pontos (isso se deveu ao fato de sua concorrente, a novela mexicana A Madrasta, do SBT estar nos últimos capítulos), mas, surpreendemente, os números subiram, passando a se manterem mais firmemente na casa dos 20 pontos, índice satisfatório para as tardes da Globo (foi nesse momento que a emissora diminuiu os cortes de algumas cenas). Alguns capítulos, quando reapresentados, até foram mais além e cravaram a mesma média de audiência que haviam conquistado quando foram originalmente exibidos, em 1999. A reprise foi a primeira novela com legenda para deficientes visuais.

Gilberto Braga é homossexual assumido e casado há 35 anos com o decorador Edgar Moura Brasil. Defende, contudo, que os atores homossexuais que tenham potencialidade para galã devem se manter no armário, para não perder o interesse do público feminino.
A novela Celebridade (2003), que teve o título provisório Fama, um instrumento de divulgação da novela onde o mundo ficcional era tratado como real, ridiculando e colocando em questão o que é ser célebre e o que é ser famoso.Essa novela foi escrita principalmente para comemorar os vinte anos de carreira da Atriz Malu Mäder, de quem o Autor é muito amigo. Na verdade, o suplemento era parte integrante da revista de famosos Quem Acontece. Celebridade teve a sinopse escrita originalmente em 2001, a exibição adiada e consistiu em uma espécie de revisão das antigas obras, com personagens com a mesma característica de outros escritos em trabalhos anteriores, atingiu uma média geral de quarenta e oito pontos, e com o último capítulo com 60 pontos, para revelar Quem matou Lineu Vasconcelos

O mais recente trabalho é Paraíso Tropical (levada ao ar entre 5 de março e 28 de setembro de 2007 com 179 capítulos, sendo portanto a produção do horário de menor duração dos últimos onze anos) - cujo título provisório era Copacabana, em referência ao bairro carioca, onde a história é ambientada e é escrita em parceria com o fiel colaborador Ricardo Linhares, mostrando a público temas importantes e polêmicos, como homossexualidade sem nenhum preconceito, turismo sexual, prostituição - já abordada em O Dono do Mundo, alcoolismo e windsurfe.

Paraíso Tropical é protagonizada por Alessandra Negrini (que passou cinco anos antes longe das novelas), que substituiu Cláudia Abreu, que teve de abandonar o papel ao se descobrir grávida - e Fábio Assunção. Marcou também a volta de Renée de Vielmond às telenovelas - a última da qual ela participou foi Explode Coração, de Glória Perez (1995), e de Daisy Lucidy cuja última foi O Casarão, de Lauro César Muniz. No elenco, Vera Holtz substituiu Joana Fomm na personagem Marion Novaes, pois esta última precisou se afastar por problemas de saúde. Cogitava-se o retorno de Joana Fomm à trama com outro papel. Porém, a hipótese acabou não se consolidando.

A novela seguiu o gênero habitual de suspense de novelas do Gilberto Braga. No capítulo 154 (exibido em quinta-feira, 30 de agosto), houve a morte de Taís Grimaldi (Alessandra Negrini), e o mistério foi levado até o final da novela, com a pergunta Quem matou Taís? Logo após do assassinato principal vieram mais perguntas, como Quem envenenou Marion Novaes? (no capítulo 171, de quarta-feira, 19 de setembro) e Quem matou Lutero? (Edwin Luisi - no capítulo 175, de segunda-feira, 24 de setembro) - todos cometidos sobre o mesmo assassino - Olavo (Wagner Moura).

Paraíso Tropical terminou com uma audiência quase que satisfatória, com média geral de 43,8 pontos, já que a média requisitada para o horário é de 40 pontos. Mas nem tudo foi tristeza. No tempo em que ficou no ar, foi o programa mais visto da televisão brasileira. Nos últimos meses da novela, ela manteve audiência exelente. Alguns dados do Ibope revelaram que se essa audiência dos últimos meses fosse também a audiência do começo, a media geral da novela rondaria os 47 pontos, índice ótimo para o horário. E o melhor de tudo: a novela foi indicada ao Emmy 2008 na nova categoria de melhor novela. O International Emmy Awards, ou simplesmente Emmy, é o equivalente ao Oscar da televisão internacional.

Sua próxima novela está prevista para o fim de 2010, a trama não tem sinopse ainda. Mas o autor já reservou alguns atores como Déborah Secco,Wagner Moura,Ana Paula Arósio,Selton Mello e Glória Pires.


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