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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vestígios - Ana Cecília S. Bastos


Estanha pulsão, esta:
derramar no caderno pulsões de alma.
A mão captando sinais invisíveis.
Lenta , no formigueiro e, marchar.
Absolutamente só,
enquanto todos percebem a sagrada hora do trabalho
e dos compromissos bancários.
E depois palavras escondidas em oculto caderno,
papel rasgado , para que dela não sobrem
vestígios.
Ana Cecília

3 comentários:

Antonio Sávio disse...

Muito bonito o poema, perfeito quando diz:"Absolutamente só,
enquanto todos percebem a sagrada hora do trabalho
e dos compromissos bancários".

Roberto Jamacaru disse...

Cara Ana

Ana Cecília, filha de D. Rute e Dr. José Nilton?
Tenho lido suas lindas poesias ao mesmo tempo que ando curioso em identificar a autora.
Isto pelo fato de ter sido vizinho do casal acima, quando da época do D. Bosco. Naquele tempo vc ( se é quem estou pensando)era uma garotinha, assim como seus irmãos Roberto e Eugênio.
Grata surpresa ao vê-la tão cheia de predicados artísticos.. Méritos seus e DNAs das famílias materna e parterna.

Parabéns

Roberto Jamacaru... Filho do Sr. Abidora e D. Doninha.

Ana Cecília S. Bastos disse...

Caro Roberto,
claro que lembro de você e seus irmãos, não só de quando éramos vizinhos, mas também pelo que meus irmãos Roberto e Paulo vêm me contando da brilhante trajetória dessa família de artistas que são vocês.
Leio com grande prazer seus textos tão belos, e também curto as fotos de Pachelly.
Grande abraço!

Caro Sávio, obrigada por suas palavras também. O leitor recria a escrita quando assinala um ou outro verso. Socorro, no caso, recriou uma palavra: no original é: "..perseguem a sagrada hora".

Gosto muito de seus poemas, tão intensos. Outro dia, acho que deixei um comentário (ou desejei fazê-lo). Você é um jovem poeta, tive a impressão. Lembra-me um aluno querido, o Luiz Fernando Calaça, que, como você, tem muito mais sabedoria poética do que idade.
Abraços!