Eu berro, uivo, corto o dedo
acho a vida intragável
já acendi velas
vomitei no travesseiro
nunca fui amado
nem amei criatura alguma
Eu forjo provas do crime
minto, iludo quem me cerca
tenho inveja do homem belo
meu sonho é traçar divas superstars
sugar-lhes a alma, roubar-lhes os diamantes
Eu não presto atenção ao outro
aproveito-me da amizade sincera
adoro minhas flatulências
não tenho paciência com idosos
nem com mancebos arrebatados
amo minhas paredes
já comi na infância muito barro
engordei solitárias
fui um mísero sonhador
sempre levando chutes na bunda
das musas estonteantes e cruéis
experimentei alfenim quente
mastiguei raízes químicas
bebi, fumei, queimei o nariz
Sou um sujeito horrendo
e entre mortos, feridos e loucos
a Poesia sempre vence
nunca vacila.
Nenhum comentário:
Postar um comentário