Caminho, na valsa calma
No passo eterno dos doentes
Ombro a ombro com os dementes
Beijo a beijo com as mulheres
Perdidas na noite sem dentes,
Sem sonhos, sem sóis, numa eterna madrugada
Caminho ao lado do cego, do surdo, do mudo
Estudo, a voz latejante do tagarela.
Caminho nessa marcha de malsãos
Nessa madrugada eterna de quimeras reinantes
Nessa névoa de fuligens que fustigam
Meus medos, meus calos nos pés
Meus sonhos outrora tão sóbrios,
Agora delirantes
Caminho, embora o açoite,
Embora seja alvo, embora seja teste
Caminho com o cuidado de levar as mãos
Feito conchas levando os sonhos impossíveis
Embora só seja possível este corpo magro
Cheio de pestes.
Foto: Filomena
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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4 comentários:
Um poema lírico,
atrozmente lírico
em que alma colhe
a voz do próprio corpo.
Um forte abraço,
meu camarada.
Sávio,
A poesia está em você abundantemente.
Adoro te ler.
Abraço,
Claude
Sua presença poética , sereniza a minha poesia.
Olá Domingos, Claude, Socorro, obrigado pela leitura atenciosa dos meus versos.
Agradeço de coração
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