Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O Sapateiro e a Coruja

Criada no mundo islâmico,esta simpática fábula marroquina nos mostra como a religião pode ser manipulada em diferentes benefícios...

Ben Said era sapateiro. Sua vida era dura, monótona, mas honesta e ele não deixava de, todos os dias, ir à mesquita para rezar a Alá, invocando-o com piedade. Certo dia, porém, Ben Said, antes de começar a rezar, notou a presença de uma coruja, numa pequena reentrância da parede. Ela não se movia e o sapateiro ficou curioso.

Quando voltou no dia seguinte, procurou com o olhar a coruja e encontrou-a no mesmo lugar, exatamente na mesma posição do dia anterior. No terceiro dia, realmente impressionado com aquela cena singular, aproximou-se da coruja e percebeu que era cega. Logo, começou a imaginar os problemas que a ave teria para se alimentar.

Mas, enquanto pensava, um falcão chegou, trazendo no bico uma pequena serpente que, imediatamente, passou a despedaçar e colocar na boca da velha coruja. Comoveu-se o sapateiro com o que vira e, refletindo sozinho, entendeu que aquilo era um sinal dos céus para a sua vida: se Alá cuida assim de uma simples ave, quanto mais não se ocuparia dele.

De que valia trabalhar todos os dias para conseguir umas poucas moedas, se bastava confiar na providência divina? Não valeria ele, por acaso, muito mais de que uma coruja cega? E assim raciocinando, logo no dia seguinte, resolveu mudar de vida: não abriu sua porta, não se pôs a trabalhar, mas dirigiu-se à porta da mesquita e lá se sentou, esperando que Alá providenciasse seu sustento, através de esmolas.Ali estava, quando um velho amigo passou e reconheceu-o.

Admirado por ver Ben Said como mendigo, perguntou-lhe o que havia acontecido de tão terrível que o levara a pedir esmolas como um inválido. E Ben Said contou-lhe a história da coruja e do falcão, explicando-lhe que, agora, como a coruja, confiava exclusivamente na bondade de Alá.

Mais experiente que Ben Said, o bom amigo retomou a reflexão e levou o sapateiro a considerar a possibilidade de que Alá não o estava chamando a ser como a coruja, mas como o falcão que se preocupava em ajudar aqueles que mais necessitavam. Ben não era muito esperto, mas não tardou a entender que estava realmente errado. Tomando a mão que o amigo lhe estendera, se levantou e voltou a seu trabalho com mais alegria.
( Adaptação de Patrizia Bergamaschi )

http://www.pime.org.br/mundoemissao/historiacoruja.htm

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