Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O INÍCIO, O MEIO E O FIM PENDULAR: O IMANENTE, O MUTANTE E O TRANSCENDENTE


“Tudo está em constante mudança” assim diz o mestre indiano Sathya Sai Baba. “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” foi o que disse o cientista Lavoisier. “O homem é uma ponte entre o animal e o supra-humano” afirmou Nietzsche. Tudo indica, segundo os sábios de todos os tempos, que a vida passa por um processo pendular metamorfósico de nascimento, crescimento e renascimento em direção a uma outra etapa de vida. Ou seja, nada morre, mas tudo se transforma e se transmuta segundo forças, naturezas, princípios e leis que governam o universo e a vida nele inserido. Consciente ou inconscientemente está o ser humano de um lado para o outro procurando compreender o pêndulo da vida metamorfósica que oscila entre um pólo e outro da realidade imanente e da realidade transcendente.

Então, o que está na base desse processo de mudança? Alguns afirmarão segundo suas crenças a visão do fenômeno que está mais próximo de sua compreensão, experiência objetiva ou vivência subjetiva e interior. A vida humana é análoga a um negativo de um filme que precisa ser revelado por cada um para mostrar a verdadeira imagem do ser numa visão clara e consciente do mundo. Nesse contexto, ser e mundo são partes de um mesmo processo de criação. O que está fora encontra-se dentro também. O que vemos somos também. A vida, então, nos cobra: “decifra-me ou eu te devoro”. É preciso reconhecer os princípios, impulsos e forças que agem na fonte da consciência. O pêndulo da vida oscila entre o pensamento e o sentimento que geramos ou apreendemos do mundo a nossa volta. Somos indutores e induzidos; partes e o todo; causa e efeito; verdade e ilusão; amor e ódio; paz e violência; céu e inferno; desejo animal e Amor Sagrado.

O objetivo da vida humana está de um lado entre a necessidade de satisfazer o pão e o prazer, e do outro a liberdade de revelar e sentir a felicidade do Amor. Normalmente optamos em satisfazer a necessidade do pão-prazer em primeiro lugar para depois empregar nossas energias em conquistar a felicidade do Amor que liberta o ser. Essa última façanha depende de uma série de fatores sociais, culturais, psicológicos e ontológicos interligados. No princípio somos uma criança extremamente vulnerável, em seguida somos um indivíduo adolescente envolvido e participante da cultura do seu meio social, e por último somos um idoso (consciente ou inconsciente) de sua jornada mais importante na Terra: ser pessoa transcendente e amorosa.

Em cada etapa somos conduzidos pelo amadurecimento das forças internas da psique e/ou do caráter (Self). A vida não nos permite uma parada para descanso. O descanso só é possível pelo exercício da meditação ou contemplação de si mesmo. Em outras palavras, somente conseguimos reduzir a velocidade do pêndulo da vida metamorfósica quando nos abstraímos e percebemos que somos o próprio pêndulo em movimento ininterrupto. Esse pêndulo nunca pára! Daí a necessidade da reclusão e do silêncio. A paz é conseqüência de um movimento suave do ser entre seus pólos de consciência (imanente e transcendente). Os outros valores vem a reboque dessa conquista: a tolerância, a felicidade, o equilíbrio interior, a calma, a compaixão, a doçura do ser etc.

A conquista maior passa a ser o controle do movimento do pêndulo da vida em si mesmo. A fé, a vontade, a sensibilidade e a disciplina implacável são as forças que permitem freiar parcialmente o pêndulo da vida. O autocontrole é fundamental para se atingir a meta do Nirvana, Samadhi ou Bem-Aventurança. Esse pontos ou marcos representam o topo da sabedoria do ser sobre si mesmo. E quem alcança esse nível de consciência consegue compreender (muito além da razão) o sentido da vida e o mistério do ser. E assim, vislumbra uma etapa de consciência onde não precisa mais valorizar o sofrimento, a perda e o medo de morrer. Esse pêndulo humano deixou de ser apenas e unilateralmente Ego-Indíviduo e se tornou também Self-Pessoa. Em síntese, o pêndulo da vida humana entra finalmente num ritmo vibracional suave, leve e agradável: a verdadeira sintonia e harmonia de movimento com o cosmo e o seu Criador. A sabedoria dos santos, místicos e iogues tem muito a nos ensinar – a abordagem quântica também!

Bernardo Melgaço da Silva
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