Não me queimem o juízo suas bruxas.
Não me façam sonhar suas pestes.
Mulheres, oh, mulheres
nunca as tive
nem ao alcance dos olhos
nem triscando suas grutinhas fecundas.
Um dia derrubo o moinho
afogo de vez as fúteis mágoas:
esta minha mente errante
essa alma patética.
Deixem-me no fundo do poço andorinhas.
Não me levem nas escamas das asas borboletas.
Princesas, oh, princesas
nunca as carreguei no colo
tampouco lhes fiz cócegas
pelo estreito dos lábios.
Sempre fui um homem tristonho
dúbio, imprevisível, anacrônico, imbecil.
Mulheres, oh, minhas fadas
embriaguem-me sem piedade
arranhem-me o rosto
vasculhem-me os bolsos
misturem chumbinho ao meu mingau
ou cianureto ao meu cafezinho.
Mereço uma morte lenta.
Baba, inchaço, espasmos.
Em outra vida
hei de viver de sonhos
vendendo maçãs podres.
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