Olhos alados.
Palavras sem trégua.
Mas não escrevo, poesia distante.
Meu manuscrito circulando.
Leitores reticentes.
Dentro de mim o dragão, olhos alados.
Sou um continente e seus rios que correm, mansos e em fúria.
Sou as palavras desatadas quando algo me desperta, algo
gratuito e fortuito disperso
em algum atalho,
eu sem caminhos.
Apenas um caminho, e eu distante.
Rios fluem mansamente.
Persisto no erro, furiosamente.
Rios fluem, e sou eu.
Perco a palavra e o destino.
Só o amor de Deus me salva,
a mim,
que não fiz por merecer.
Remando contra a corrente. Foto de Mário Vítor.
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