Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A poesia de Ana Cecília S.Bastos


Um gato chamado Milk
Como tem gente aqui em casa reclamando - por que uma homenagem a Shake e não a Milk? - completo o registro sobre essa dupla inseparável.
Milkinho é um gato persa amarelo muito inteligente e elegante. Desde que era um filhote, ele é absolutamente convicto de que é o rei dos animais. Porisso atravessa o espaço em direção aos lugares mais altos, seus por direito natural, de onde pode nos olhar de cima e observar tudo o que se passa em seus domínios - que por vezes incluía inadvertidos versos...
E aqui termina a felina saga poética, prometo!



Definição do gato.


Contato portátil com a natureza.
Nuvem atravessando a mesa
e outros espaços imprevistos.

Nova casa se revela
na fotografia
felina,
em ângulos de precisão
e neblina.

O mundo visto em sobressaltos:
O desafio e o salto,
sempre mais alto,
sempre mais belo,
o gato amarelo.
Elo.


Imagens de Salvador sitiada

O silêncio felino nestas noites em que o absurdo nos toma.
As fotos de Salvador tomada pela violência.
Em Pituaçu, o artista palmilha silencioso e melancólico os vestígios da destruição.
Perplexo, atônito.

A criança chora sem nada compreender.
O desconexo das imagens e o longo caminho
da cidade.
A cidade submersa, a cidade ao sol.
O corpo ferido da cidade.
A cidade viva e violenta.
A morte.
Busco a sintonia possível com seu movimento sempre tão dentro
da minha própria pele.

A cidade emudece, paralisada.
Silêncio onde havia gritos e algazarra.
Gritos onde tudo era murmúrio.
O gato passa silencioso e atravessa o opaco em luvas de algodão e espinho.



por Ana Cecília

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