Que no primeiro tremor dos cílios,
Assim que os ruídos vierem do exterior,
E as luzes já forem deste mundo,
Eu queria ser como o Domingos Barroso.
Acordado,
E declarando ao mundo que nada tenho,
Nem posses, troços, paredes e telhados.
O teu sorriso não é meu,
Este colorau do teu coração também,
Nem a placenta da minha embriogênese.
Sabe aqueles minutos de loteria,
Que pingam chances remotas,
Estão no cesto da posse pública.
Pois como dizia,
Eu queria ser como Domingos Barroso,
Dizendo-me desprovido de posses.
Só para poder falar de tudo,
Do silêncio e segredo do relicário,
Do vazio que nem mundo o é.
Nem experiências para descobrir o Big-Bang.
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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3 comentários:
Domingos: seu leitor assíduo. Só para provar que durmo mais tarde. Já em Paracuru as tintas são outras, há muito que viajaria nas brumas dos sonhos.
Notívagos irmãos, a madrugada nos clama , e nos agrega , num verso não dito, desfazendo todos os malditos pensamentos de solidão e esquecimento.
Gosto quando o sono me domina, e adona meu corpo... Entro num campo literalmente onírico , onde o real deixa de ser, e o imaginário encontra razão pra viver.
Mas, até nessas circunstãncias diárias não me pertenço... Porque me entrego aos encantamentos. E o meu coração uruculado , volta a bater descompassado...
tem gente que é um céu e um punhado de estrelas, no nosso sentimental. tem gente que nos fantasia de lua, sendo o sol da meia-noite , pra vidar passar sem vegetar,,, Ser flor , em todos os momentos , mesmo doando a semente do amor.
Nem vou reler o que escrevi... meu lado babaca se esconderia... Claro !
Ontem ouvi de Nicodemos uma frase mágica, que completei numa impulsiva sintonia :
!Não desnude o platonismo do meu amor "cratônico". A poesia reina , gosta de uns pocados de versos extras... Do contrário, se limitaria a não ter nenhum dos sentidos, exceto o próprio sentir perpetuário !
Se um dia eu me achar no limbo das almas perdidas, quero achar por lá : Zé do Vale, Domongos, Claude, Nicodemos... e os poetas amigos, que descobri por cá !
José do Vale Pinheiro Feitosa,
ter neste mundo (e em outros tantos)
um cara com tua claridade companheiro das palavras
e do silêncio:
é uma dádiva.
Abraço-te carregado de emoção,
obrigado.
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