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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 27 de março de 2010

Festivais em honra a Deusa Atena




Durante as Panathenaias, festas solenes dedicadas a Deusa Atena, todos os povos da Ática, corriam a Atenas. Essas festas, a princípio só duravam um dia, duração que mais tarde, a partir de 565 a.C, passou para cinco dias, de 19 (dezenove) a 23 (vinte e três) de março.

Distinguiam-se as Grandes e as Pequenas Panathenaias: as primeiras se celebravam de quatro em quatro anos, e as outras anualmente. Nessas cerimônias disputavam-se três espécies de prêmios: os de corrida, os de luta e os de poesia ou música. Os ganhadores recebiam vasos pintados cheios de azeite de oliva puro, produto da árvore sagrada da Deusa Atena.

Os gregos antigos realizaram um "lampadedromia" (palavra grega para o condução da tocha), onde os atletas competiram passando com a tocha em uma corrida na condução à reta final. Em Atenas antiga o ritual era parte importante da Festa Panathenaia.
A grande atração desses festivais era uma procissão em que uma veste nova e bordada era confeccionada por um seleto número de mulheres atenienses, era carregada pela cidade em um navio ornado. Essa procissão estava representada nos frisos do Paternon.

Os magistrados de Atenas ofereciam sacrifícios para Deusa e todos os serviços de seu santuário eram conduzidos por duas virgens eleitas por um período e um ano.
A FILHA DO PAI
Talvez o maior diferenciação da Deusa Atena está em não ter conhecido e não ter convivido com a mãe, Métis. Na verdade Atena parecia não ter consciência de que tinha mãe, pois considerava-se portadora de um só genitor, Zeus. Na qualidade de tão somente "filha do pai", Atena tornou-se uma defensora dos direitos e dos valores patriarcais.

Ela era o "braço direito" de Zeus, com crédito total para usar bem sua autoridade e proteger as prerrogativas dele. Muitas dedicadas secretárias executivas, que devotam suas vidas a seus patrões, são bons exemplos das convicções da Deusa Atenas.
ATENA COMO DEUSA DA SABEDORIA

Levando-se em conta que as Deusas e Deuses são arquétipos que todo ser humano tem acesso, parece que o mito de Atena explora antes de tudo a qualidade da reflexão. Suas histórias constituem uma meditação sobre o valor do pensamento minucioso e pausado, o de ver muito além da reação imediata ante à um acontecimento. A Deusa encarna a virtude da contenção, e seus olhos "resplandecentes" são o emblema de uma inteligência lúcida que poder ver além da satisfação imediata.

Atena oferece a seus protegidos o bom conselho, o pensar cuidadoso ou a previsão prática: a capacidade de refletir. A essa virtude se denomina "metis", derivado do nome de sua mãe e que podemos traduzir como "conselho" ou "sabedoria prática".
Quando o arquétipo de Atena está ativo em uma mulher, ela mostrará uma tendência natural de fazer todas as coisas com muita moderação para viver em "justo equilíbrio", que era o ideal ateniense. O "justo equilíbrio" é também mantido pela tendência que possui a Deusa Atena de conduzir acontecimentos, notar efeitos e mudar de curso da ação tão logo ele pareça improdutivo.

Além disso, é interessante notar que Atena chega ao cenário olímpico com esplêndida couraça dourada. Estar "encouraçada" é um traço marcante dessa Deusa. Foi seu grande desenvolvimento intelectual que a deixou longe do sofrimento, tanto seu como dos outros.

No mundo competitivo em que vivemos o arquétipo de Atena tem indiscutível vantagem, pois a mulher-Atena (arquétipo ativo) não é uma mulher que é pessoalmente atingida por qualquer hostilidade ou decepção. Toda a mulher quando ferida ou insultada, pode tornar-se emotiva e menos efetiva. Na mesma condição, a mulher-Atena avalia friamente o que está acontecendo.

Todas as mulheres que desejam desenvolver as qualidades da Deusa Atena, devem dar especial atenção à educação. Toda a instrução estimula o desenvolvimento desse arquétipo. Aprender fatos objetivos, pensar claramente, preparar-se para concursos e exames são todos excelentes exercícios que evocam Atena.
CONCILIANDO-SE COM A "MÃE"

Na mitologia, a Deusa Atena era órfão de mãe e sentia orgulho por ter apenas Zeus como pai. Metaforicamente as mulheres tipo Atena também são "órfãos de mãe" de muitos modos. Mas é muito importante redescobrir a mãe e valorizá-la.

A mulher-Atena, geralmente deprecia sua própria mãe. Ela precisa descobrir as energias de sua mãe, muitas vezes antes que possa valorizar quaisquer semelhanças entre a mãe e ela mesma. Ela necessitará da conexão com esse arquétipo materno para experienciar a maternidade e sentir-se mãe profunda e instintivamente.

É muito útil para mulher tipo Atena aprender que os valores femininos matriarcais, que existiam muito antes da mitologia grega. Adquirindo conhecimento de tais conceitos, ela poderá começar a pensar diferentemente sobre sua própria mãe e outras mulheres, e depois de si própria. Mudando seu modo de pensar, poderá também melhorar seu relacionamento com outras pessoas.

MEDO DO FEMININO

Toda a ideologia do patriarcado concebe o "feminino" como uma força irracional destrutiva. Entretanto, a desvalorização do Feminino deve ser entendida como uma tentativa de superação do medo do Feminino e de seu aspecto perigoso como a "Grande Mãe" e como a "anima".

No patriarcado, o inconsciente, o instinto, o sexo e a terra, enquanto coisas terrenas, pertencem ao "feminino negativo", ao qual o homem associa a mulher, e que todas as culturas patriarcais, até o presente momento, a mulher e o Feminino têm sofrido sob a atitude defensiva e o desprezo masculinos.

Essa avaliação negativa não se aplica apenas ao caráter elementar e ao aspecto matriarcal, mas igualmente ao seu transformador. Para o homem, que considera-se "superior", a mulher se torna feiticeira, sedutora, bruxa, e é rejeitada em virtude do medo associado ao Feminino irracional. O homem denuncia o Feminino como escravizador, como algo confuso e sedutor, que pode colocar em risco a estabilidade de sua existência. Ele rejeita o feminino, especialmente porque ele o prende no casamento, na família e na adaptação à realidade, e o confunde quanto o pensar de si próprio. Como o indivíduo do sexo masculino é dominado pelo elemento espiritual superior, ele foge da realidade da terra e prefere ascender rumo ao céu.

O resultado dessa postura unilateral, torna o homem não integrado que é atacado por seu lado reprimido e em muitas vezes sobrepujado por ele.

A negativização do Feminino não deixa que o homem experiencie a mulher como uma igual, mas com características distintas. A conseqüência da altivez patriarcal leva à incapacidade de fazer qualquer contato genuíno com o Feminino, isto é, não apenas com a mulher real, mas também com o Feminino em si, com o inconsciente.

Enquanto o indivíduo do sexo masculino não deixar desenvolver o Feminino (anima) em uma psique interior, jamais chegará a alcançar a totalidade. A separação da cultura patriarcal do Feminino e do inconsciente torna-se assim, uma das causas essenciais da crise de medo que agora se encontra o mundo patriarcal.

VIVER DE ACORDO COM A DEUSA ATENA

Viver sob a influência do arquétipo Atena, significa viver inteligentemente e agir premeditadamente no mundo patriarcal. A mulher que vive desse modo, leva uma vida unilateral e vive quase que exclusivamente para seu trabalho. Ainda que aprecie a companhia dos outros, falta-lhe a carga emocional, atração erótica, intimidade, paixão ou êxtase.

A exclusiva identificação com a racional Atena desliga toda a mulher da cadeia e intensidade da emoção humana. Seus sentimentos são bem modulados por Atena, limitados ao meio-termo.

Agindo intelectualmente, a mulher-Atena pouco sabe sobre a sensualidade, pois Atena a mantém acima do nível instintivo, e portanto ela não sente a força total dos instintos maternais, sexuais ou procriativos. Não há possessão no amor de Atena e inclusive quase nenhum desejo sexual.
A mulher-Atena pode ainda, produzir o "efeito medusa", ou seja, afastar as pessoas que não sejam como ela.
Em seu peitoral, a Deusa Atena usava um símbolo do seu poder, a égide, uma pele de cabra decorada com a cabeça de uma Gógona, a cabeça da Medusa. A Górgona é também um aspecto da mulher tipo Atena.

No nível psicológico, Atena é o arquétipo da mulher artisticamente criativa. Para homens e mulheres, é o espírito da realização, da competência e da ação.

RITUAL DA SABEDORIA

Atena é a mais sábia das Deusas e todos nós podemos nos beneficiar atraindo algo de sua sabedoria e percepção para nossas vidas.

Os antigos gregos quando iam honrar a Deusa Atena em sua festividade, usavam roupas novas, como se assim se revestissem a si mesmo com sua sabedoria. Portanto, a primeira coisa que devemos fazer é comprar uma roupa nova digna de uma Deusa.

Púrpura é a cor tradicional da sabedoria, sendo assim, é melhor que escolha algo dessa cor, ou pelo menos um detalhe ou bordado em púrpura. Quando vestir seu traje novo pela manhã, pense que está se vestindo com a sabedoria de Atena.

As azeitonas estão consagradas à Atena, assim que ao final do dia se sente com uma vasilha de azeitonas e invoque-a dizendo:

-"Ao comer essas azeitonas, peço-lhe que me enchas de sabedoria e astúcia, e que essas qualidades se mantenham durante todo o ano."

Coma as azeitonas uma a uma, e ao mesmo tempo reflita sobre as áreas de sua vida que podem se beneficiar com a sabedoria de Atena.


http://www.rosanevolpatto.trd.br/bibliografia1.html

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